Saúde mental em bancários

Abstract

As instituições bancárias têm passado, nas últimas décadas, por marcantes transformações nos seus processos de trabalho, afetando a saúde mental dos bancários. Esta pesquisa teve como objetivo analisar o perfil de transtornos mentais em profissionais bancários, com base em dois estudos: 1) uma revisão sistemática sobre a saúde mental em profissionais bancários, com foco nos aspectos metodológicos e instrumentais de avaliação da saúde mental; 2) um estudo empírico, organizado em duas partes: a) perfil de transtornos mentais em bancários, com base em um delineamento descritivo-correlacional em uma série temporal (2013 a 2020). Foram utilizados dados secundários (tipo de benefício, tipo de CID e categoria da CID-F) fornecidos pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) e Plataforma SmartLab; b) estudo descritivo, transversal, de abordagem quantitativa, com o objetivo de obter um rastreio de indicadores de saúde mental. Foi utilizado a Bateria de Saúde Mental Ocupacional (BSMO), em uma amostra não probabilística de 100 bancários de Santa Catarina, que aderiram a pesquisa, no formato on-line, visando identificar sintomas de ansiedade, de depressão e somáticos, além de indicadores de bem estar social, estratégias de enfrentamento (coping) e de suporte social. Resultados: A prevalência total de afastamentos do trabalhador bancário teve um acréscimo de 1,07% (2013 a 2020). Um aumento na prevalência de B-31 e uma diminuição de B-91. Os afastamentos por Transtornos Mentais (CID-F) ultrapassaram os afastamentos por doenças Osteomusculares (CID-M) e observou também um acréscimo nas doenças do Sistema Nervoso (CID-G). Na saúde mental, os Transtornos Ansiosos (F-41) e os Transtornos Depressivos Recorrentes (F-31) tiveram aumento enquanto os Transtornos de Adaptação (F43) e Depressão (F32) tiveram uma diminuição. No estudo empírico dos bancários de Santa Catarina as escalas de sintomas de ansiedade, depressão e somáticos, foram fortemente correlacionadas entre si. Quanto maiores os sintomas de ansiedade, depressão e somáticos, maior foi a sua relação com esses sintomas. Os que relataram maior busca por bem estar foram exatamente os que não estão afastados do trabalho e também do sexo masculino, que se mostrou maior propensão a buscar situações de bem estar do que o sexo feminino. Os resultados deste estudo sugerem que as instituições bancárias busquem alternativas nas condições de trabalho, principalmente as questões associadas aos transtornos mentais.

Abstract: In the last few decades, banking institutions have undergone significant transformations in their work processes, which have had an impact on the mental health of employees in the banking sector. The objective of this research is to analyze the prevalence of mental disorders among banking professionals, based on two studies. The first study is a systematic review that examines mental health in banking professionals, with a particular focus on the methodological and instrumental aspects of assessing mental health. The second part of the research consists of an empirical study conducted in two phases. The first phase involves examining the profile of mental disorders among banking professionals using a descriptive-correlational approach over a time series from 2013 to 2020. This longitudinal analysis allows for an understanding of the prevalence and patterns of mental disorders in the banking sector, shedding light on potential risk factors and identifying areas of concern. By combining the findings from the systematic review and the empirical study, this research aims to provide a comprehensive understanding of the mental health landscape within the banking industry. It seeks to contribute to the development of effective strategies and interventions to promote mental well-being and mitigate the impact of work-related stressors on banking professionals. Results: The total prevalence of pensions of bank workers has increased by 1.07%. An increase in the prevalence of B-31 and a decrease in B-91. The adjustments for Mental Disorders (CID-F) surpassed the adjustments for Musculoskeletal disorders (CID-M) and also observed an increase in the Nervous System disorders (CID-G). In mental health, Anxious Disorders (F-41) and Recurrent Depressive Disorders (F-31) have increased while Adjustment Disorders (F43) and Depression (F32) have decreased. Two banks in Santa Catarina empirically studied the scales of anxiety, depression and somatic symptoms, which were strongly correlated with each other. The greater the anxiety, depression and somatic symptoms, the greater their relationship with these symptoms. Those who would report more search for being for exactly those who are not busy with work and also of the male sex, who showed a greater propensity to look for situations of better being than the female sex. The results of this study suggest that banking institutions seek alternatives to working conditions, mainly those associated with mental disorders.