Abstract:
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O bagaço do malte é o principal subproduto gerado na indústria cervejeira, sendo rico em compostos fenólicos, detentores de diversas propriedades bioativas, principalmente antioxidantes, sendo assim, sua encapsulação, responsável por proteger seus compostos de efeitos naturais, torna-se muito desejada para diversas áreas, como farmacêutica, cosmética e alimentícia. Nanopartículas lipídicas apresentam elevado potencial de aplicação como sistemas de administração de compostos bioativos, podendo ser obtidas por diversas técnicas. Este trabalho tem como objetivo a nanoencapsulação de extrato do bagaço do malte em nanopartículas lipídicas. Dois diferentes tipos de extrato, fermentado e não fermentado, foram encapsulados em diferentes nanopartículas lipídicas por duas diferentes técnicas de encapsulação, emulsão simples e dupla emulsão. As miniemulsões obtidas por estas técnicas são dispersões submicrométricas de dois líquidos imiscíveis (lipídeo fundido e água) estáveis (estabilidade cinética) por períodos de horas a meses, obtidas com dispositivos de alto cisalhamento. Diferentes condições experimentais relacionadas aos processos de emulsificação para a obtenção de partículas submicrométricas foram avaliados, assim como o uso de diferentes lipídeos sólidos (cera de carnaúba ou cera de abelha), ou ainda uma mistura destes com o lipídeo líquido Crodamol GTCC (mistura de triglicerídeos de cadeia média do ácido cáprico e caprílico). O tamanho das partículas e o índice de dispersão das miniemulsões obtidas foram determinados através da técnica de espalhamento dinâmico de luz, sendo a estabilidade dos sistemas dispersos avaliada ao longo do tempo. A eficiência de encapsulação do extrato do bagaço foi determinada através da atividade antioxidante (Folin-Ciocalteu). A maior eficiência de encapsulação atingida, 40 %, foi obtida ao se encapsular o extrato do bagaço não fermentado em uma mistura de lipídeos composta por 90 wt% de cera de carnaúba e 10 wt% de Crodamol, dispersa em uma fase aquosa (90 wt% da massa total do sistema) contendo 3 wt% de Tween 80, pela técnica de emulsão simples. Cabe ressaltar que, em futuras aplicações, nas quais serão usadas as miniemulsões e não apenas as nanopartículas, as propriedades bioativas do 60 % do extrato não encapsulado poderão ainda estar disponíveis, sendo o 40 % encapsulado responsável pela liberação controlada. Todos as dispersões obtidas nas diferentes condições experimentais avaliadas se mostraram estáveis por períodos de no mínimo 14 dias com tamanho de partículas inferiores a 300 nm e distribuições de tamanho estreitas (PDI ˂ 0,2). |