Macroalga como aditivo alimentar para camarão-branco-do-pacífico cultivado em sistema de bioflocos na fase de berçário

Abstract

As macroalgas vêm ganhando visibilidade como aditivo alimentar devido às suas propriedades nutricionais, imunoestimulantes, antivirais, antibacterianas e promotoras de crescimento. Deste modo, o objetivo deste estudo foi avaliar o uso de biomassa seca de Ulva ohnoi como aditivo alimentar para o Penaeus vannamei criado em sistema de bioflocos na fase de berçário e seus efeitos sobre os parâmetros zootécnicos e microbiólogos e o desafio frente ao estresse térmico agudo. O estudo consistiu em um experimento com três tratamentos e quatro repetições cada: 0,5 e 2 % de U. ohnoi e uma dieta controle, sem a adição da macroalga. A macroalga foi incluída na dieta em substituição ao caulim. As pós-larvas (0,068 ± 0,01 g) foram criadas por 46 dias em tanques de 60 L com densidade de 2.000 pós-larvas m-3 e alimentadas seis vezes ao dia. Ao final do experimento, os camarões alimentados com a dieta com 0,5 % apresentaram peso médio final, ganho de peso e taxa de crescimento específico significativamente maiores do que o tratamento controle e estatisticamente similares ao tratamento com 2 % de U. ohnoi. O fator de conversão alimentar e a sobrevivência não apresentaram diferenças estatísticas entre os tratamentos. A dieta com 2 % aumentou significativamente a contagem de bactérias heterotróficas totais em relação ao controle e similar ao tratamento com 0,5 % de U. ohnoi. As diferentes inclusões da macroalga na dieta não diferiram estatisticamente na contagem de Vibrio spp., quando comparadas com o controle. Para o choque térmico, os camarões alimentados com as dietas contendo a macroalga apresentaram mortalidade significativamente similar ao controle. Considerando que o desempenho dos camarões alimentados com as dietas contendo Ulva ohnoi foi similar, recomenda-se a inclusão de 0,5 %, uma vez que o crescimento dos camarões foi maior nesta inclusão.

Abstract: The use of seaweed as a feed additive has been increasingly recognized due to its nutritional, immunostimulant, antiviral, antibacterial, and growth-promoting properties. Thus, the present study aimed to evaluate the use of Ulva ohnoi as a feed additive for Penaeus vannamei cultured in a biofloc system in the nursery phase on the growth and microbiological parameters and the resistance to thermal shock. The study consisted of an experiment with three treatments and four replicates each: 0.5 and 2 % of dry biomass of U. ohnoi and a control diet without the addition of seaweed. Seaweed dry biomass was included in the diets in place of kaolin. Postlarvae (0.068 ± 0.01 g) were cultured for 46 days in 60 L tanks at a density of 2,000 shrimp m-3 and fed six times a day. At the end of the experiment, U. ohnoi at 0.5 % benefited the shrimp with higher final mean weight, weight gain, and specific growth rate than the control and similar with the treatment with 0.5 %. The apparent feed conversion ratio and survival did not show statistical differences among the treatments. U. ohnoi at 2 % significantly increased the quantification of total heterotrophic bacteria compared to the control and similar with the treatment with 1 %. No significant differences were observed for the quantification of Vibrio spp. when compared to the control. For the resistance to thermal shock, shrimp fed with the seaweed at different inclusions showed mortality significantly similar with the control. Considering that shrimp performance fed with the different inclusions of Ulva ohnoi in the diets was similar, it is recommended to use the inclusion of 0.5 % since shrimp growth was higher at this inclusion.