Prevalência de complicações em pacientes irradiados em região de cabeça tratados com implantes craniofaciais: revisão sistemática

Abstract

Antecendentes/Objetivos: O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de complicações em implantes extraorais instalados em osso irradiado utilizados na reabilitação com prótese bucomaxilofacial. Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura, buscando estudos primários em oito bases de dados eletrônicas:PubMed, EMBASE, Cochrane Library, LILACS, Web of Science, Livivo, Dentistry and Oral Sciences Source and Scopus; e na literatura cinzenta (Proquest Dissertation and Theses, OpenGrey and Google Scholar). Adicionalmente, as listas de referências dos artigos incluídos foram revisadas. Foram elegíveis estudos observacionais prospectivos e retrospectivos contendo participantes que realizaram radioterapia e receberam implantes extraorais. Implantes suportando próteses dentárias, obturadores e aparelhos auditivos foram excluídos. O risco de viés foi avaliado por meio da Lista de avaliação crítica do Instituto Joanna Briggs para estudos que relatam dados de prevalência e a análise descritiva dos dados foi conduzida. Resultados: A busca identificou 8462, após a remoção de 2341 duplicatas, leitura de 6128 títulos e resumos e 77 textos completos, 48 artigos foram incluídos nesta revisão, com um total de 665 pacientes e 1935 implantes avaliados. A prevalência de perda dos implantes variou entre 0 e 66,7%. Quando avaliadas as diferentes localizações de maneira independente, a taxa de perda foi de 0% a 88,7% para região orbital, 0% a 66,6% para região nasal e 0% a 43% para região auricular. Também foram observadas reações adversas do tecido mole em diferentes graus e baixa frequência de osteorradionecrose. Em geral, os estudos apresentaram alto ou moderado risco de viés. Informações quanto ao detalhamento do tratamento radioterápico (tipo, dose, fracionamento, tempo de irradiação), que seriam importantes na avaliação de complicações nesta população, foram escassas. Conclusão: Apesar da limitação dos estudos disponíveis, a perda do implante foi a complicação mais relatada, com maior prevalência na região orbital, seguida da região nasal e auricular.

Background/Objectives: This study aimed to assess the prevalence of complications in extraoral implants installed in irradiated bone used in maxillofacial prosthetic rehabilitation through a systematic review of the literature. Methods: An electronic search for primary studies was conducted in eight electronic databases: PubMed, EMBASE, Cochrane Library, LILACS, Web of Science, Livivo, Dentistry and Oral Sciences Source and Scopus; and grey literature (Proquest Dissertation and Theses, OpenGrey and Google Scholar). Additionally, the reference lists of the included articles were reviewed. Prospective and retrospective observational studies containing participants who underwent radiotherapy and received extraoral implants were eligible. Implants supporting dental prostheses, obturators, and hearing aids were excluded. The risk of bias was assessed using the Joanna Briggs Institute Critical Appraisal Checklist for studies reporting prevalence data, and descriptive data analysis was conducted. Results: The search identified 8462 studies. After removing 2341 duplicates, screening 6128 titles and abstracts, and full-text reading of 77 articles, 48 were included in this review, with a total of 665 patients and 1935 implants evaluated. Results: The prevalence of implant loss ranged from 0 to 66.7%. When different locations were addressed independently, the loss rate was 0% to 88.7% in the orbital region, 0% to 66.6% in the nasal region, and 0% to 43% in the auricular region. Adverse soft tissue reactions of varying degrees and low frequency of osteoradionecrosis were also observed. In general, the studies presented a high or moderate risk of bias. Information regarding the details of radiotherapy treatment (type, dose, fractionation, and time of irradiation), which would be critical in assessing complications in this population, was scarce. Conclusion: Despite the study’s limitations, implant loss was the most frequently reported complication, with higher prevalence in the orbital region, followed by the nasal and auricular regions.