Adequação pré-natal conforme diferentes critérios e sua aplicação à investigação de patologias relacionadas à gestação: Estudo observacional com puérperas

Abstract

Objetivo: Avaliar a qualidade da assistência pré-natal por diferentes critérios e as diferenças entre a adequabilidade do pré-natal encontrada por cada um dos critérios e a investigação adequada de síndromes hipertensivas da gestação, diabetes gestacional, infecção do trato urinário, infecção por HIV e Sífilis neonatal. Método: Estudo transversal realizado através de entrevista e consulta ao prontuário e caderneta de pré-natal de puérperas atendidas em hospital universitário de referência no município de Florianópolis-SC. Resultados: A amostra foi composta por 233 puérperas entrevistadas. A adequação da assistência pré-natal variou entre 15,9% (estágio 3 do Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimentos) a 78,1% (critério Base Ministério da Saúde). A concordância de adequação variou de um mínimo de 16,7% pelo terceiro estágio do Programa de Humanização do PréNatal e Nascimentos a um máximo de 88,6% pelo critério Base Ministério da Saúde. A concordância de inadequação variou de 16,7% para os critérios que não exigem exames de laboratório a 100% pelo terceiro estágio do Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimentos. Discussão: Foram encontradas diferenças entre a adequação dos critérios estudados, bem como entre as concordâncias dos critérios com as investigações para as patologias. Critérios muito flexíveis ou excessivamente rígidos perderam, respectivamente, concordância para inadequação ou adequação de pré-natal. O critério de Carvalho & Novaes, que preconiza maior número de consultas, tem papel importante entre os critérios que não exigem realização de exames complementares. É necessária intervenção na atenção primária em saúde para acompanhamento da pessoa gestante, tanto para otimização de fluxo de exames complementares quanto para formação continuada de seus profissionais.