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Este e-book é resultado de um esforço conjunto dos integrantes do Laboratório de Percepção Urbana, vinculado ao Grupo de Pesquisa de Projeto, Patrimônio, Percepção e Paisagem da Universidade Federal de Santa Catarina, para fazer-ver algumas mudanças acontecidas no panorama atual das conformações urbanas contemporâneas, principalmente, depois da pandemia de Covid-19 (causada pelo vírus SARS-CoV-2). Integram este volume, estudantes de pós-graduação de dois diferentes programas de Arquitetura e Urbanismo. Além disso, colaboram com esses estudos, alunos do curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo, com bolsa de iniciação científica, da mesma instituição citada acima.
Um trabalho que se pretende aberto, como um projeto em construção que se abre à crítica e ao debate acadêmico. Também serve para trazer ao grande público, as questões relevantes sobre as transformações da cidade e a impossibilidade de manter um discurso atrelado ao sentido de planejamento da primeira metade do século passado. Pretende-se, portanto, lançar novo olhar sobre os espaços, sem modelos apriorísticos, agasalhando a ruptura, a resistência, a resiliência e tudo aquilo que escapa ao desenho do arquiteto; uma chance para reconectar nosso ofício com a complexa teia urbana que habitamos e com os que nela habitam.
Um reconhecimento que busca por uma outra arquitetura, especialmente depois dos sucessivos fechamentos que impactaram os espaços urbanos com a pandemia. É por conta disso que, neste compendio, os lugares inconclusos ganham destaque, frente àqueles que são planejados para o consumo conspícuo. Uma percepção que apenas foi possível diante de uma modalidade de pesquisa aberta, rizomática, onde as narrativas de descobertas, de re-construções e deciframentos do arquiteto na cidade ganharam peso. Nessa busca, os espaços de encontro das conformações urbanas contemporâneas são alçados à condição de postos-chave para compreender os desejos dos Outros, bem como, toda a capacidade de transcorrer pela e sobre a cidade, tal como aquele que a vê pela primeira vez.
Nessa trajetória não há parada. E cada semáforo no sinal vermelho, comumente revelará uma cidade inacabada: cheia de discrepâncias, desatinos e desalentados. Nosso papel é revelar essas agruras para buscar reconectar a tarefa do arquiteto com algum senso de humanidade, não para tentar consertar os erros do passado, mas para seguir em frente, porque agora sabemos que a experiência do lugar e a imersão na sua cultura pode ser uma saída hábil para fazer qualquer projeto – sempre em processo. |
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