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O presente projeto está inserido no macroprojeto intitulado “Desenvolvimento de ferramentas de cuidado para condução da entrevista familiar para doação de órgãos junto a famílias de crianças e adolescentes”, este projeto faz parte deste macroprojeto e está intitulado: Equipe de saúde que atua na condução da entrevista familiar para doação de órgãos junto a famílias de crianças e adolescentes: necessidades de informações para condução dessa atividade. Objetivo geral: Compreender a realidade vivenciada pela equipe de saúde durante as etapas da condução da entrevista familiar junto a famílias de crianças e adolescentes conforme modelo de Alicante. Objetivos específicos: Conhecer a vivência dos profissionais de saúde no processo do diagnóstico de Morte Encefálica junto aos familiares de crianças e adolescentes e captar a vivência dos profissionais da saúde frente a necessidade de informar sobre doação de órgãos e tecidos junto aos familiares de crianças e adolescentes na entrevista familiar. Método: trata-se de pesquisa qualitativa, com abordagem exploratória e descritiva. Os participantes foram profissionais da saúde que atuam nas unidades críticas de duas instituições de saúde e que participam da condução da entrevista familiar para doação de órgãos e tecidos junto aos familiares de crianças e adolescentes. Como local de estudo a Instituição 1, localizada na capital do estado de Santa Catarina, pública, considerada de grande porte na América Latina no atendimento de crianças e adolescentes; a Instituição 2 localiza-se na região norte do estado de Santa Catarina, instituição de saúde filantrópica, referência no atendimento de crianças e adolescentes. Para análise dos dados, utilizou-se o software Iramuteq, aplicando a ferramenta de nuvem de palavras de modo a organizar graficamente as palavras conforme frequência com que são identificadas. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) nas duas instituições e seguiu todos preceitos legais da Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde que regulamenta a pesquisa que envolve seres humanos. Resultados: A pesquisa foi composta por 21 participantes da equipe de saúde. Destes, nove eram enfermeiros, sete médicos e cinco técnicos de enfermagem. A média de idade dos profissionais foi de 38,2 anos e a média de tempo trabalhando na instituição foi de 6,8 anos. Cerca de 70% desses profissionais já realizaram mais de 10 entrevistas junto aos pais de crianças e adolescentes. Quanto aos dados qualitativos foram formadas três categorias: Categoria 01: Desafios e aprendizados vivenciados pela equipe de saúde na comunicação da morte junto aos pais de crianças e adolescentes- nessa categoria os participantes deixam claro que estar com os pais diante da morte da criança/adolescente é uma situação única, onde perpassam pelo sofrimento de ver o paciente sofrendo até o momento da morte, aliado a dor da família de receber a notícia. Categoria 02: Dificuldades e medos vivenciados pela equipe de saúde na condução das etapas da entrevista familiar para doação de órgãos e tecidos-Essa categoria deixar transparecer medo, dificuldades e incertezas quanto ao desenvolvimento da entrevista. As falas dos participantes deixam claro, o desafio em estar com a família diante deste momento e frente a realidade de acolher, apoiar pessoas enlutadas pela perda de um filho. Categoria 03: Estratégias utilizadas para conduzir a entrevista para doação de órgãos e tecidos-nessa categoria os participantes mencionam ser fundamental que a família esteja apta a receber novas informações neste processo de luto. Sendo impossível o profissional falar sobre doação sem certificar-se que eles codificaram a morte. Essa foi uma das estratégias de cuidados, praticamente, apontada por todos os participantes. Ainda, outra estratégia utilizada pelos participantes identificadas nas falas foi a importância de detalhar cada passo do processo de doação de órgãos e tecidos para que possam tomar a decisão. Conclusão: o estudo mostra a fragilidade da equipe de saúde diante da comunicação da morte junto aos pais de crianças e adolescentes, além de relevar a necessidade de capacitações padronizadas para auxiliar esses profissionais. Ainda, os achados reforçam a importância da preparação da equipe de saúde no contexto da doação de órgãos e tecidos, principalmente no momento da entrevista familiar. O estudo demonstra a fragilidade dos profissionais da saúde frente a comunicação da morte à família e a dificuldade em introduzir a abordagem sobre a possibilidade da doação de órgãos e tecidos, evidenciando a necessidade do planejamento de atividades para suporte aos profissionais envolvidos na condução da entrevista. |
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