Movimento social e cursos pré-universitários populares: a ocupação dos espaços públicos e territorios periféricos pela Rede Emancipa/Universidade Emancipa e outras experiências de cursinhos de São Paulo e Florianópolis

Abstract

Este trabalho tem por objetivo compreender o modo como os cursinhos populares pré-universitários brasileiros operam a partir da ação dos movimentos sociais e estudantis na luta pela educação no Brasil, em outros espaços de formação que extrapolam as salas de aula. Para isso, tomou-se a Rede Emancipa articulada com a Universidade Emancipa para indagar a partir da regional de São Paulo, como o movimento foi incorporando novas pautas, estabelecendo alianças no território nacional e expandindo seus núcleos e frentes de atuação. Ao longo da pesquisa foram incorporados novos casos de cursinhos pré-universitários populares (Frente de Cursinhos Populares de São Paulo e o Projeto Integrar de Florianópolis) além de um cursinho pré-vestibular chamado Einstein Pré-Vestibular Floripa para comparar as dinâmicas convergentes e divergentes em termos de discursos, práticas e princípios que cada agente defende nas disputas no campo da educação brasileiro. Neste sentido, o último caso mencionado foi descrito como forma de mostrar a diversidade de cursinhos existentes hoje desde seus inícios em meados do século XX e que estão disputando o sentido do ?popular? no campo da educação. Para levar a cabo a pesquisa, combinou-se o trabalho de campo etnográfico com algumas entrevistas semiestruturadas com lideranças dos casos mencionados, como forma de complementar a etnografia feita com a Rede Emancipa antes da pandemia. Também foram consultados documentos elaborados pelos próprios cursinhos para contrastar informações obtidas nessas instâncias sobre o trabalho realizado por esses agentes com os jovens periféricos. A noção de repertorio de ação utilizada ao longo da pesquisa chama atenção para o modo como os movimentos sociais, se apropriaram de elementos compartilhados em outras lutas contra o neoliberalismo e a favor da educação pública a partir das diversas experiências prefigurativas que emergiram nos últimos anos, onde a educação popular possui um lugar central em termos de organização política desses agentes.

Resumen: Este trabajo tiene como objetivo comprender el modo como los cursillos populares preuniversitarios operan a partir de la acción de los movimientos sociales y estudiantiles en la lucha por la educación en Brasil en otros espacios de formación que van más allá de las aulas. Para ello, se ha tomado a la Rede Emancipa articulada con la Universidad Emancipa para indagar a partir de la regional de São Paulo, cómo es que el movimiento ha ido incorporando nuevas consignas a su lucha y estableciendo nuevas alianzas en el territorio nacional, expandiendo así sus núcleos y frentes de actuación. A lo largo de la presente investigación, fueron incorporados nuevos casos de cursillos preuniversitarios populares de São Paulo (Frente de Cursillos Populares) y de Florianópolis (Proyecto Integrar) además de un cursillo pré-vestibular llamado Einstein Pré-Vestibular Floripa de modo a comparar las dinámicas convergentes y divergentes en términos de discurso, prácticas y principios que cada agente defiende en las disputas en el campo de la educación brasileña. En ese sentido, este último caso fue incorporado como forma de mostrar la diversidad de cursillos existentes hoy en Brasil desde sus inicios a mediados del siglo XX y que también están disputando el sentido de lo ?popular? en el campo de la educación. Para llevar a cabo este estudio, se combinó el trabajo de campo etnográfico con entrevistas semiestructuradas realizadas a algunos de los líderes de los casos mencionados, para complementar la etnografía hecha con el Emancipa antes de la pandemia. Asimismo, fueron consultados documentos elaborados por los propios cursillos para contrastar las informaciones obtenidas durante dichas instancias en el trabajo realizado por ellos con los jóvenes periféricos. La noción de repertorio de acción utilizada a lo largo de la investigación llama la atención para el modo como los movimientos sociales se apropiaron de elementos compartidos en otras luchas contra el neoliberalismo y a favor de la educación pública a partir de las experiencias prefigurativas que han emergido en los últimos años donde la educación popular es uno de los ejes centrales en términos de organización política de dichos movimientos.