Percepções dos Docentes do Curso de Graduação em Medicina sobre a Atenção Primária à Saúde e a Rede Assistencial Local

Abstract

Introdução: É possível aferir percepções de docentes acerca de temas relevantes à educação médica. A Atenção Primária à Saúde (APS) é um nível de cuidado primordial no Sistema Único de Saúde (SUS) e demanda compreensão por parte dos educadores da área médica. Objetivos: Avaliar percepções do corpo docente do curso de medicina da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) sobre APS e a rede assistencial local de Florianópolis; comparar padrões de resposta entre departamentos do curso. Métodos: Aplicou-se a docentes do curso de medicina da UFSC questionário online estruturado e aperfeiçoado via metodologia Delphi sobre temas referentes à APS. Introduziu-se gabarito conceitual a partir de revisão literária e, por fim, os achados foram discutidos e comparados. Resultados: Dos 168 convidados, 90 (53,6%) responderam ao questionário. 57% discordaram que APS atende apenas problemas simples e de fácil manejo, mas 34% dos docentes acredita que a APS só deve atender condições crônicas e prevenção/promoção de saúde, encaminhando casos agudos; ⅓ não soube responder ou concordou que APS existe apenas no SUS; Na análise por departamentos, até 73% afirmou que médico de família e comunidade (MFC) é qualquer médico que atue numa Equipe de Saúde da Família (ESF); 85% sabem o que é contrarreferência, mas apenas 26% afirmaram praticá-la; 50% não souberam ou concordaram que saúde suplementar não onera cofres públicos. Conclusões: Apesar do entendimento sobre APS como espaço potencialmente resolutivo e da residência em MFC como sua qualificadora, há lacunas importantes nos conhecimentos dos docentes sobre competências da APS, financiamento, matriciamento, comunicação e sobre quem é o MFC.