Estudo observacional e retrospectivo da utilização do ecodoppler associado ao contraste de microbolhas no acompanhamento após a correção endovascular do aneurisma da aorta abdominal (EVAR)

Abstract

Os pacientes submetidos ao Reparo Endovascular de Aneurisma (Endovascular Aneurysm Repair, EVAR) precisam manter um acompanhamento com exames de imagem a longo prazo. O Ecodoppler associado ao contraste de microbolhas (CMB) vem sendo utilizado e estudado como método alternativo a angiotomografia (angioTC) no acompanhamento desses pacientes. Objetivos: descrever os resultados iniciais do Ecodoppler, com e sem o CMB, no acompanhamento de pacientes submetidos ao EVAR. Bem como, nos casos possíveis, fazer uma sumária comparação desses achados com os apresentados pela angioTC. Métodos: análise retrospectiva dos exames de Ecodoppler com CMB e angioTC de 95 pacientes submetidos ao EVAR em clínica privada, de outubro de 2019 a março de 2021. Para fins comparativos, considerou-se exames de CMB e angioTC com diferença menor que 6 meses entre si. Resultados: nessa amostra, 93,7% dos pacientes são do sexo masculino e 12,6% apresentavam outros tipos de aneurismas associados. O volume médio de CMB utilizado foi de 2,25 ml por paciente, não havendo qualquer reação ou intercorrência. A medida do diâmetro da dilatação aórtica residual não apresentou diferença significativa entre os achados de angioTC e Ecodoppler. Ao Ecodoppler com e sem CMB, foram observadas 7 estenoses significativas, enquanto que 2 foram apontadas pela angioTC. Um único caso de oclusão da endoprótese foi identificado por ambos os exames. Na análise individualizada dos exames de imagem, foram detectados 11 endoleaks ao Ecodoppler sem CMB, 37 após a injeção do CMB e 16 pela angioTC. Na análise específica do grupo comparativo entre CMB e angioTC, foram detectados 9 endoleaks tanto pela angioTC quanto pelo Ecodoppler com CMB, 1 endoleak foi detectado apenas pela angioTC e 5 endoleaks detectados somente após a injeção do contraste de microbolhas. Considerando o CMB como padrão de referência, observou-se uma sensibilidade do CMB 26,67% maior que o da angioTC na detecção de endoleaks. Conclusão: o Ecodoppler associado ao CMB é uma alternativa viável no acompanhamento de pacientes submetidos ao EVAR por apresentar menor custo, não utilizar radiação ionizante ou contraste iodado, além de possuir, na respectiva amostra, sensibilidade e especificidade superior à da angioTC na detecção de endoleaks.

Patients undergoing Endovascular Aneurysm Repair (EVAR) need to maintain long-term follow-up imaging. Contrast-Enhanced Ultrasound (CEUS) has been used and studied as an alternative method to computed tomography angiography (CT angiography) in the follow-up of these patients. Objectives: to describe the initial results of the experience with the use of CEUS, in the follow-up of patients undergoing EVAR. As well as, in the possible cases, to make a summarized comparison of these findings with those presented by CTA. Methods: retrospective analysis of CEUS’s results of 95 patients who underwent EVAR in a private clinic, from October 2019 to March 2021. For comparative purposes, it was considered CEUS and CTA exams with a difference of less than 6 months. Results: in this sample, 93.7% of the patients were male and 12.6% had other types of associated aneurysms. The average volume of CEUS used was 2.25 ml per patient, with no reaction or intercurrence. The measurement of the diameter of residual aortic dilatation showed no significant difference between the CTA and Doppler echo findings. At CEUS, 7 significant stenosis were observed while 2 were identified by CT angiography. A single case of endoprosthesis occlusion was identified by both exams. In the individual analysis of the imaging exams, 11 endoleaks were detected by Echo-Doppler, 37 after CEUS and 16 by CTA. In the specific analysis of the comparison group between CEUS and CTA, 9 endoleaks were detected both by CT angiography and by CEUS, 1 endoleak detected only by CTA and 5 endoleaks detected only after injection of the ultrasound contrast. Considering CEUS as a reference standard, CEUS sensitivity is 26.67% higher than that of CTA in the detection of endoleaks. Conclusion: CEUS may be a viable alternative in the follow-up of patients undergoing EVAR because it has a lower cost, does not use ionizing radiation or iodinated contrast, in addition to having, in this sample, sensitivity and superior specificity to that of CT angiography in the detection of endoleaks.