Abstract:
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Introdução: A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível, que também pode ser
transmitida por via parenteral ou transplacentária. Como consequência da sífilis em gestantes,
a taxa de incidência de sífilis congênita tem aumentado em vários países do mundo. Embora
seu diagnóstico e tratamento sejam fáceis, a sífilis apresenta altas taxas de infectividade e
patogenicidade, constituindo um sério problema de saúde pública em todo o mundo.
Objetivo: O objetivo deste estudo foi analisar a dinâmica temporal da sífilis congênita no
Estado de Santa Catarina e descrever o perfil epidemiológico dos indivíduos.
Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico, do tipo ecológico e de série histórica. A
população do estudo foi composta por 4.285 casos de sífilis congênita em menores de 1 ano
notificados no Sistema de Nacional de Agravos Notificáveis (SINAN) no Estado de Santa
Catarina.
Resultados: A partir dos dados obtidos verificou-se que entre 2011 e 2020 foram notificados
4.285 casos de Sífilis Congênita no Estado Santa Catarina. No período analisado observou-se
que a maioria dos casos estavam concentrados nas regiões da Grande Florianópolis e Meio
Oeste e Serra. As taxas de incidência de sífilis congênita foram crescentes do ano de 2011 ao
de 2018, de 1,1 a 7,0 por 1.000 nascidos vivos, com os anos de 2017 e 2018 apresentando as
taxas mais elevadas. As variáveis demográficas demonstraram que a maioria dos recém-
nascidos (47,5%) eram do sexo feminino e 78,2% declarados por sua genitora como brancos.
Quanto ao diagnóstico final, 89% tiveram foram diagnosticados com sífilis congênita recente
e 87,1% permaneceram vivos. A maioria das gestantes, (84,1%) realizaram o pré-natal.
Observou-se que 65% tiveram acesso ao seu diagnóstico de sífilis durante o pré-natal e apenas
4,9% realizaram o tratamento de forma adequada. O teste não treponêmico foi reagente em
5,1% dos casos. Em 6% dos casos, houve alterações na análise laboratorial do líquor; 6%,
alteração no exame de ossos longos e 5,1%, apresentaram teste não treponêmico reagente no
líquor. A taxa de letalidade para a série histórica analisada foi de 3,9 a cada 100 mil nascidos
vivos.
Conclusões: Mesmo sendo uma doença de fácil prevenção, a sífilis essa ainda se faz muito
presente atualmente, mostrando que ainda existem diversas barreiras que impedem que as
estratégias de prevenção não sejam bem implementadas. Ademais, observa-se a necessidade
de educação permanente para percepção da vulnerabilidade, busca ativa para o pré-natal e
triagem efetiva da sífilis na gestante com estabelecimento de tratamento adequado. |