Title: | Eficácia da técnica de modelagem por vídeo como facilitadora do atendimento odontológico em crianças com transtorno do espectro autista:: ensaio clínico randomizado |
Author: | Moro, Juliana da Silva |
Abstract: |
Objetivo deste trabalho foi avaliar a eficácia da técnica de manejo comportamental de modelagem por vídeo para dessensibilização e antecipação da consulta odontológica em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Trata-se de um ensaio clínico randomizado, incluindo 40 crianças diagnosticadas com TEA nível de suporte 1 ou 2, com idades entre 4 a 12 anos. Os participantes foram recrutados em uma unidade de atendimento denominada Núcleo de Assistência Integral ao Paciente Especial (NAIPE), em Joinville/SC. Esses foram randomizados e alocados em dois grupos: Intervenção (n=20): os pacientes foram submetidos à técnica de modelagem por vídeo, na qual foi demonstrado um vídeo em terceira pessoa de um modelo, executando os 12 passos do exame físico buco-dental e profilaxia, previamente as consultas odontológicas. Controle (n=20): os pacientes não receberam a técnica previamente à consulta. Após um período de 20 minutos em que os pacientes receberem a intervenção ou não, foram conduzidos ao consultório odontológico para executar as ações clínicas de prevenção e profilaxia dental por um examinador cegado. Este mesmo examinador avaliou o comportamento, utilizando a escala de Frankl, o tempo de duração das consultas e as etapas completadas. O paciente que completou os 12 passos dentro de 5 consultas com comportamento positivo ou definitivamente positivo foi liberado. Já os que não completaram todas as etapas, foram classificados como insucesso e liberados da pesquisa. Os responsáveis receberam um questionário com perguntas sobre dados socioeconômicos, saúde geral e bucal. No exame clínico foram avaliados o índice de cárie (CPO-D e ceo-d) e o Índice de higiene oral simplificado. O teste utilizado para comparar a média do número de consultas entre os grupos foi o Mann-Whitney e o Teste-T e para analisar as variáveis qualitativas o Qui-quadrado, considerando um nível de significância de 5% e um intervalo de confiança de 95%. O software utilizado foi o Stata 13.0. De acordo com os resultados, a maioria dos pacientes eram do sexo masculino (n=36; 90%), média de idade de 7,12 ± (2,24) anos, cor da pele branca (n=35; 87,5%). O grau de TEA da amostra foi de 55% nível 1 (n=22) e 45% nível 2, não tendo diferença entre os grupos (p=0.525). Metade da amostra apresentou muita sensibilidade sensorial e a maioria apresentou bastante compreensão da linguagem (n=28; 70%). Sobre o número de consultas, o grupo de intervenção obteve uma média de 1,5 (±1,53) consultas necessárias para completar todos os 12 passos e o grupo controle 2 (±1,77), sendo essa diferença considerada significativa (p=0.05). Três pacientes do grupo controle e dois pacientes do grupo intervenção foram classificados como insucesso. Não houve diferenças entre os grupos em relação ao tempo da consulta (p=0.387). Em relação ao comportamento segundo a escala de Frankl, 60% (n=18) dos pacientes do grupo intervenção apresentaram comportamento positivo e 40% do controle (n=12) na primeira consulta odontológica, sendo essa diferença considerada significativa (p=0.028). A partir dos resultados, podemos concluir que a técnica de modelagem por vídeo pode ser eficaz na dessensibilização e antecipação das consultas odontológicas em crianças com TEA nível 1 ou 2. Abstract: This study aimed to evaluate the effectiveness of the video modeling behavioral management technique for desensitization and anticipation of the dental appointment in children with Autism Spectrum Disorder (ASD). This is a randomized clinical trial, including 40 children diagnosed with ASD support level 1 or 2, aged 4 to 12 years. Participants were recruited from a care unit called Nucleus of Integral Assistance to Special Patients (NAIPE), in Joinville/SC. These were randomized and allocated into two groups: Intervention (n=20): patients underwent a video modeling technique, in which a third-person video of a model was shown performing the 12 steps of the oral-dental physical examination. and prophylaxis, before dental appointments. Control (n=20): patients did not receive the technique before the consultation. After 20 minutes whether the patients received the intervention or not, they were taken to the dental office to perform clinical actions of dental prevention and prophylaxis by a blinded examiner. This same examiner evaluated the behavior, using the Frankl scale, the duration of consultations, and the steps completed. The patient who completed the 12 steps within 5 visits with positive or definitely positive behavior was released. Those who did not complete all the steps were classified as a failure and released from the research. Those responsible received a questionnaire with questions about socioeconomic data, general health, and oral health. In the clinical examination, the caries index (DMF-D and dmft-d) and the simplified oral hygiene index were evaluated. The test used to compare the average number of consultations between the groups was the Mann-Whitney and the T-Test and to analyze the qualitative variables the Chi-square, considering a significance level of 5% and a confidence interval of 95 %. The software used was Stata 13.0. According to the results, most patients were male (n=36; 90%), mean age of 7.12 ± (2.24) years, white skin color (n=35; 87.5 %). The ASD degree of the sample was 55% level 1 (n=22) and 45% level 2, with no difference between the groups (p=0.525). Half of the sample showed a lot of sensory sensitivity and most showed a lot of language comprehension (n=28; 70%). Regarding the number of consultations, the intervention group obtained an average of 1.5 (±1.53) consultations necessary to complete all 12 steps and the control group 2 (±1.77), with this difference being considered significant (p =0.05). Three patients in the control group and two patients in the intervention group were classified as having failed. There were no differences between the groups in terms of consultation time (p=0.387). Regarding the behavior according to the Frankl scale, 60% (n=18) of the patients in the intervention group showed positive behavior, and 40% of the control group (n=12) in the first dental visit, and this difference was considered significant (p=0.028). From the results, we can conclude that the video modeling technique can be effective in desensitizing and anticipating dental appointments in children with ASD level 1 or 2. |
Description: | Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Florianópolis, 2022. |
URI: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/235588 |
Date: | 2022 |
Files | Size | Format | View |
---|---|---|---|
PODO0766-T.pdf | 1.457Mb |
View/ |