Resistência bacteriana às antibioticoterapias utilizadas na rotina médica de pequenos animais – revisão bibliográfica

Abstract

Os antibióticos são fármacos de ampla utilização nos tratamentos clínicos humanos e veterinários. Seu uso indiscriminado é um dos principais fatores que contribuem para o desenvolvimento da “resistência bacteriana”. Este trabalho objetivou fazer uma revisão de literatura sobre a resistência bacteriana aos tratamentos mais comumente utilizados na clínica de pequenos animais com o intuito de gerar reflexão sobre as condutas e o papel do médico veterinário na eficiência na promoção da saúde. Foram utilizadas as bases de dados de Scielo, Pubmed, Scholar Google, Scopus, Portal BVS e Researchgate. No campo de busca foram filtrados os artigos que correspondiam às palavras-chaves: “resistant bacteria in dogs”, “resistant bacteria in cats”, “bacteria in companion animals” e “Antibiotic resistance”, separadamente. Selecionando apenas pesquisas originais e revisões, com ensaios que poderiam ser reproduzidos e que houvesse cultura e antibiograma em suas metodologias. Dos 24 resultados encontrados, 75% (18/24) eram destinados a sistemas específicos e 25% (6/24) eram relacionados com a casuística clínica de forma inespecífica, dentre os inespecíficos todos abordavam infecções do trato urinário e otites infecciosas, 83,3% (5/6) abordavam piodermatites e infecções de sítio cirúrgico e 66,6% (4/6) abordava infecções oftálmicas. Dos trabalhos relacionados aos sistemas específicos, 44,4% (8/18) eram relacionados a otopatias infecciosas, 22,22% (4/18) dos trabalhos foram relacionados com piodermites, 11,1% (2/18) dos estudos se referiam a infecções oftálmicas e infecções de sítio cirúrgico e 5,5%(1/18) eram referentes às infecções do trato urinário. A maior taxa de resistência foi aos medicamentos Beta-lactâmicos não potencializados. Todos os artigos avaliados mostraram multirresistência de uma ou mais espécies de bactérias isoladas. Foi observada grande variação dentre os agentes e resistência a diversas classes de antibióticos, sendo necessário sempre que possível a realização de cultura e antibiograma para garantir o tratamento mais assertivo e com menor possibilidade de gerar complicações futuras ao paciente e à saúde pública.

Antibiotics are widely used drugs in human and veterinary clinical treatments. Its indiscriminate use is one of the main factors that contribute to the development of “bacterial resistance”. This study aimed to review the literature on bacterial resistance to treatments most commonly used in small animal clinics in order to generate reflection on the conduct and role of the veterinarian in the efficiency of health promotion. The databases of Scielo, Pubmed, Scholar Google, Scopus, Portal BVS and Researchgate were used. In the search field, articles matching the keywords were filtered: “resistant bacteria in dogs”, “resistant bacteria in cats”, “bacteria in companion animals' ' and “Antibiotic resistance”, separately. Selecting only original research and reviews, with trials that could be reproduced and that had culture and antibiogram in their methodologies. Of the 24 results found, 75% (18/24) were aimed at specific systems and 25% (6/24) were related to the clinical series in a non-specific way, among the non-specific, all addressed urinary tract infections and infectious otitis, 83, 3% (5/6) addressed pyodermatitis and surgical site infections and 66.6% (4/6) addressed ophthalmic infections. Of the studies related to specific systems, 44.4% (8/18) were related to infectious otopathies, 22.22% (4/18) of the studies were related to pyoderma, 11.1% (2/18) of the studies were referred to ophthalmic infections and surgical site infections and 5.5% (1/18) referred to urinary tract infections. The highest rate of resistance was to non-potentiated Beta-lactam drugs. All articles evaluated showed multidrug resistance of one or more species of bacteria isolated. Great variation was observed among the agents and resistance to different classes of antibiotics, being necessary, whenever possible, to carry out a culture and antibiogram to ensure the most assertive treatment and with less possibility of generating future complications for the patient and public health.