O “Inferno Verde” na ditadura: os usos do conceito nas páginas de O Cruzeiro e Manchete (1965-1975)

Abstract

O objetivo deste trabalho é analisar como se deram os usos e desusos do conceito Inferno Verde a partir do discurso e projetos relativos à Amazônia durante a primeira década da ditadura civil-militar (1965-1975) presentes nas revistas Manchete e O Cruzeiro. Para isso contextualiza-se o surgimento do conceito em Alberto Rangel e Euclides da Cunha, e sua popularização, através da análise dos carnavais na primeira metade do século XX. Através do referencial teórico da história ambiental são analisados os projetos desenvolvimentistas militares para a região Amazônica, como a construção de rodovias, destacando a Transamazônica, os projetos de colonização e o contexto da Revolução Verde. A análise das revistas, juntamente com outras fontes complementares, alinhada à bibliografia permite visualizar de que modo o Inferno Verde foi mobilizado dentro desses projetos. É também investigado de que forma o surgimento do ambientalismo nesse contexto contribui para o abandono do uso de Inferno Verde como denominação da Floresta Amazônica.