Prevalência de bruxismo em pacientes atendidos de forma online no CEMDOR no período da pandemia de COVID-19

Abstract

O objetivo deste trabalho foi investigar a prevalência do bruxismo do sono (BS) e bruxismo na vigília (BV) e a sua possível associação com fatores psicossociais, em universitários do curso de Odontologia e Fonoaudiologia, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), durante a pandemia de COVID-19. A metodologia utilizada foi o envio de uma ficha de triagem através do Sistema de Controle Acadêmico da Graduação, seguida da aplicação de uma ficha clínica detalhada aos alunos, durante o atendimento online pelo Centro Multidisciplinar de Dor Orofacial, que através de um questionário investigou questões médicas e odontológicas, hábitos, qualidade do sono e a presença de dores orofaciais, de possível BS e BV e também de fatores psicossociais. Após a coleta dos dados e tabulação das fichas clínicas que foram incluídas no estudo, foi realizado um cálculo de prevalência simples no programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). A partir do presente estudo foi possível concluir que a prevalência para o possível BV foi de 90,48%, enquanto do possível BS foi de 85,71%. A prevalência de fatores psicossociais mostrou-se elevada principalmente nos itens “sentir-se ansioso ou nervoso”, “preocupado demais” e “estresse ou sobrecarga”, o que indica possível relação a ocorrência ou piora nos episódios de bruxismo. Através dos dados obtidos, é perceptível que a prevalência do BS e BV foi elevada durante o período de pandemia. Essa condição parece estar associada a fatores psicossociais e deve ser detectada em sua fase inicial para impedir futuras consequências ao sistema estomatognático. Logo, a prática do bruxismo obteve prevalência acentuada no período de pandemia que eleva a ocorrência de fatores psicossociais e parece apresentar associação dessa condição a fatores psicossociais.

The objective of this study was to investigate the prevalence of sleep bruxism (SB) and awake bruxism (AB) and the possible association of bruxism with psychosocial factors in university students of the Dentistry and Speech Therapy course, at the Federal University of Santa Catarina (UFSC), during the COVID-19 pandemic. The methodology used was to send a screening form through the Undergraduate Academic Control System followed by the application of a detailed clinical form to the students, during the online service by the Multidisciplinary Center for Orofacial Pain, where, through questions, it’s been investigated medical and dental issues, habits, sleep quality and the presence of pain orofacial factors, possible SB and BV and also psychosocial factors.After collecting data and tabulating the clinical records that were included in the study, a simple prevalence calculation was performed using the statistical program Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). Of the 21 students participating in the research, 85.71% self-reported SB, while 90.48% said they performed AB. The prevalence of psychosocial factors was high, especially in the items “feeling anxious or nervous”, “too worried” and “stress or overload”, which indicates a possible relationship with the occurrence or worsening of bruxism episodes. Through the data obtained, it is noticeable that the prevalence of SB and BV was high during the pandemic period. This condition seems to be associated with psychosocial factors and should be detected at an early stage to prevent future consequences to the stomatognathic system. Thus, the practice of bruxism tends to increase the occurrence of psychosocial factors and seems to present a condition of psychosocial factors.