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A macroalga vermelha Pterocladiella capilaceae (S. G. Gmelin) Santelices & Hommersand tem elevada relevância ecológica por desempenhar um papel importante nas transformações energéticas e na reciclagem de nutrientes. As macroalgas marinhas utilizam diferentes fontes de nitrogênio, todavia, sua assimilação depende da concentração na coluna d’água, sendo o íon amônio e o nitrato as principais fontes disponíveis. O nitrogênio é considerado um nutriente limitante para o crescimento e desenvolvimento das algas marinhas, portanto, o aumento da descarga de efluentes contendo estes nutrientes pode causar alterações nesses organismos. Nas últimas décadas, o impacto ambiental causado pelas águas residuais lançadas no ambiente costeiro, principalmente pela aquicultura intensiva, tem apresentado uma importante fonte de poluição para os ecossistemas marinhos. Com esta entrada, tem-se como solução a utilização de macroalgas como agentes biorremediadores, que são utilizadas para combater a eutrofização removendo os nutrientes, como a amônia, do meio. Os nutrientes removidos são utilizados para o crescimento e desenvolvimento das macroalgas. Além disso, a ausência ou o excesso da amônia também pode causar alterações morfofisiológicas e ultraestruturais como espessamento da parede celular e diminuição na quantidade de grãos de amido das florídeas. Portanto, é importante estudar a disponibilidade de amônia no ambiente marinho e seus efeitos nas macroalgas, de modo a entender a viabilidade destes organismos como filtros biológicos para auxiliar nos processos de eutrofização de ambientes marinhos. Para isto, utilizou-se 2g de massa fresca do talo de P. capillaceae cultivados em erlenmeyer de 500 mL, durante 7 dias, em diferentes concentrações de amônia: controle (compostos por água do mar esterilizada enriquecida com meio von Stosch com adição de nitrato), controle 0 (composto por água do mar esterilizada enriquecida com meio von Stosch sem adição de nitrato), 0.05mM, 0.5mM, 5mM e 10mM). Após o cultivo, foram feitas análises de taxa de crescimento e morfologia externa dos talos para verificar prováveis alterações morfológicas. Por conta da pandemia da COVID-19 não foram feitas análises por meio da Microscopia de Luz (ML) e Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET), todavia, fez-se necessário realizar um levantamento bibliográfico a fim de verificar possíveis alterações estruturais (ML) e ultraestruturais (MET). Por meio das observações de taxa de crescimento pode-se perceber um melhor resultado para a amostra com concentração de 0.5mM, diminuindo com a falta de amônio e também com o excesso. Observou-se, pela morfologia externa, a despigmentação dos talos em baixas concentrações de amônio, ou seja, nas amostras controle e 0.05mM. Através da revisão bibliográfica de ML e MET verificou-se que em baixas disponibilidades de amônia, a macroalga demonstrou maiores quantidades de grãos de amido, menor espessamento da parede celular e aumento na abundância de plastoglóbulos, e em altas concentrações, o inverso. Salienta-se a importância de novos estudos envolvendo ML e MET corroborando com os resultados fisiológicos já vistos. Por fim, pode-se concluir que a macroalga vermelha Pterocladiella capillaceae tem seu ideal de desenvolvimento e potencial como biorremediadora principalmente em condições de 0.5 mM de amônia. |
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