Elas nas engenharias: construção da carreira e identidade profissional de mulheres estudantes da UFSC

DSpace Repository

A- A A+

Elas nas engenharias: construção da carreira e identidade profissional de mulheres estudantes da UFSC

Show simple item record

dc.contributor Universidade Federal de Santa Catarina
dc.contributor.advisor Luna, Iúri Novaes
dc.contributor.author Francisco, Rayza Alexandra Aleixo
dc.date.accessioned 2021-04-12T18:35:58Z
dc.date.available 2021-04-12T18:35:58Z
dc.date.issued 2021
dc.identifier.other 371571
dc.identifier.uri https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/222089
dc.description Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2021.
dc.description.abstract Nas últimas décadas, todas as áreas de formação universitária assistiram ao crescimento da participação feminina na configuração do seu alunado. Ao analisar as escolhas profissionais, além da preferência por cursos tradicionais, se verificou a ampliação do leque de opções para setores consagrados como redutos tipicamente masculinos. No entanto, apesar de não haver restrições aparentes para o acesso de meninas e mulheres aos sistemas de formação e trabalho nas áreas STEM, as engenharias continuam a revelar-se particularmente assimétrica no que se refere à incursão e presença feminina. A partir da abordagem psicossocial de carreira e da teoria socioconstrucionista, esta pesquisa teve como objetivo investigar como estudantes mulheres dos cursos de engenharia da UFSC estão construindo suas carreiras e identidades profissionais. Para tanto, o referencial teórico abordou as temáticas de carreira, construções identitárias e relações de gênero na engenharia. A pesquisa exploratória-descritiva, de natureza qualitativa e estratégia do tipo de casos múltiplos foi realizada em dois momentos. No primeiro, foi utilizado um questionário com a finalidade de reunir informações sociodemográficas, acadêmicas e de carreira. Participaram desta fase da pesquisa 50 estudantes de diferentes períodos dos cursos de engenharia mecânica, engenharia elétrica e engenharia de controle e automação. Através da utilização de entrevista semi-estruturada e da metodologia de estudo de casos múltiplos, a segunda etapa da pesquisa buscou examinar as experiências e expectativas relacionadas à construção da carreira e identidade profissional percebida de graduandas de fim de curso. Foram entrevistadas dez graduandas das fases finais dos cursos selecionados, sendo os dados submetidos à análise de conteúdo temático-categorial. As narrativas das estudantes evidenciam aspectos considerados na escolha do curso, como preferência pelas disciplinas escolares de ciências exatas, gosto ou interesse pela área, percepção de valorização social da profissão, expectativa de retorno financeiro, amplitude de atuação a partir da formação inicial em engenharia e possibilidade de contribuir com o desenvolvimento social através do incremento de novas soluções e tecnologias. No tocante às experiências vivenciadas na graduação, relatam dificuldades em disciplinas dos primeiros ciclos, reprovações e discriminação de gênero, sendo ressaltada a importância da mediação dos grupos de mulheres estudantes de engenharia na integração ao curso e como referência na academia. Como expectativa de inserção no mercado e no desenvolvimento da carreira, figura entre os planos de ação das participantes empregar-se na área após a conclusão do curso, preferencialmente nos espaços inaugurados pelas novas especialidades da indústria 4.0 ou de interface com as ciências da gestão, biotecnologia, computação e meio ambiente, consideradas mais receptivas à diversidade e à inovação. Se tratando da construção da identidade profissional, compreendem como barreiras para o desenvolvimento de interesses e da identificação de meninas e mulheres com a profissão a socialização tipicamente feminina, os estereótipos masculinos associados à engenharia, e a falta de informação sobre os conteúdos e carreiras das diferentes habilitações. A pouca exposição a modelos profissionais femininos no campo da engenharia e na docência ao longo da graduação também é ressaltada por influir na percepção das oportunidades ocupacionais como mais ou menos disponíveis às mulheres. Chama a atenção que a maioria das participantes se sente satisfeita com seu rendimento acadêmico e a profissão escolhida. Entretanto, devido a discriminação e a ausência de redes de apoio, reconhecem que barreiras se interpõem ao futuro na profissão. Observa-se que apesar dos avanços, os desafios persistem, e a efeito das adversidades vivenciadas na graduação, o gênero é considerado um fator dificultador para a inserção no mercado e desenvolvimento da carreira. Os resultados encontrados permitem afirmar que a construção da escolha profissional pelas estudantes ocorre ao longo da vida e é mediada pela família (na comunicação de repertórios conceituais relacionados ao acesso a profissões de prestígio e na formulação de narrativas pessoais geradoras de posicionamentos), escola (no que diz respeito a experiências positivas de aprendizagem matemática e da experimentação em ciência e tecnologia) e formação acadêmica (no tocante à titulação acadêmica, desenvolvimento da carreira e à construção da identidade profissional pela assimilação de conhecimentos técnicos, atividades pré-profissionais e de socialização). Os elementos utilizados pelas estudantes para a construção de sentidos de identidade profissional referem-se à valorização de competências técnicas (ou hard skills) e transversais (soft skills) adquiridas na graduação, atreladas ainda a discursos que relacionam a maior diversidade de gênero no setor à competitividade e inovação. A análise dos dados evidenciou que as construções identitárias das estudantes, embora possam ter se iniciado em vivências anteriores à inserção no ensino superior, são predominantemente constituídas a partir de experiências travadas nos espaços de formação, socialização acadêmica e de atuação pré-profissional. O processo da construção identitária dessas estudantes ocorre, portanto, não somente pela assimilação dos signos e valores da profissão, mas sobretudo, pelas negociações cotidianas da condição feminina na sociedade e nos sistemas em ciência e tecnologia. Tendo em vista os resultados obtidos no presente estudo, constatou-se a necessidade de intervenções de carreira no contexto da integração acadêmica para mulheres nas escolas de engenharia, bem como do planejamento para a transição universidade-trabalho, período frequentemente marcado por dúvidas e angústias com repercussões para a inserção ocupacional, geração de renda, e de identificação com a profissão.
dc.description.abstract Abstract: In the last decades, all areas of university education have seen the growth of female participation in the configuration of their students. When analyzing professional choices, in addition to the preference for traditional courses, there was an expansion of the range of options for sectors established as typically male strongholds. However, although there are no apparent restrictions on the access of girls and women to training and work systems in the STEM areas, engineering continues to prove to be particularly asymmetrical with regard to female incursion and presence. From the career psychosocial approach and the socioconstructionist theory, this research aimed to investigate how female students of engineering courses at UFSC are building their careers and professional identities. To this end, the theoretical framework addressed the themes of career, identity constructions and gender relations in engineering. The exploratory-descriptive research, of qualitative nature and strategy of the type of multiple cases was carried out in two moments. In the first, a questionnaire was used to gather sociodemographic, academic and career information. Fifty students from different periods of the mechanical engineering, electrical engineering and control and automation engineering courses participated in this research phase. Through the use of semi-structured interviews and the methodology of multiple case studies, the second stage of the research sought to examine the experiences and expectations related to the construction of the career and perceived professional identity of undergraduate students. Ten undergraduate students from the final stages of the selected courses were interviewed , and the data were submitted to thematic-categorical content analysis . The students' narratives show aspects considered in the choice of the course, such as preference for school subjects of exact sciences, taste or interest for the area, perception of social appreciation of the profession, expectation of financial return, scope of action from the initial engineering training and the possibility of contributing to social development by increasing new solutions and technologies. Regarding life experiences at the undergraduate, report difficulties in disciplines of the first cycle, reproofs and gender discrimination, and emphasized the importance d the mediation of the group's women engineering students in integrating the course and as a reference in the gym. As an expectation of insertion in the market and career development, it is among the action plans of the participants to be employed in the area after the conclusion of the course, preferably in the spaces inaugurated by the new specialties of industry 4.0 or interface with the management sciences, biotechnology, computing and environment, considered more receptive to diversity and innovation. When it comes to the construction of professional identity, the typically feminine socialization, the male stereotypes associated with engineering, and the lack of information about the contents and careers of the different people are considered as barriers to the development of interests and the identification of girls and women with the profession. qualifications. The little exposure to professional female models in the field of engineering an d teaching throughout their undergraduate studies is also highlighted for influencing the perce ption of occupational opportunities as more or less available to women. It is noteworthy that most participants are satisfied with their academic performance and the chosen profession. However, due to discrimination and the absence of support networks, they recognize that barriers stand in the future in the profession. It is observed that the grief of advances, the challenges remain, and the effect of adversities experienced n graduation, the genre is considered a complicating factor for entering the market and career development. The results found allow us to state that the construction of professional choice by students occurs throughout life and is mediated by the family (in the communication of conceptual repertoires related to access to prestigious professions and in the formulation of personal narratives that generate positioning), school (with regard to positive mathematical learning and experimentation experiences in science and technology) and academic training ( with regard to academic degrees, career development and the construction of professional identity through the assimilation of technical knowledge, pre-professional and socialization activities). The elements used by students to build professional identity of meanings refer to the appreciation of technical or hard skills and transverse or soft ones acquired at graduation, linked to inda the speeches that relate to greater gender diversity in the sector the competitiveness and inovation. The analysis of the data showed that the student?s identity constructions, although they may have started in experiences prior to insertion in higher education, are predominantly constituted from experiences held in the spaces of formation, academic socialization and pre-professional performance. The process of building identity of these students is therefore not only the assimilation of signs and values of the profession, but above all for severyday negotiations of the female condition in society and in systems in science and technology. In view of the results obtained in the present study, there was a need for career interventions in the context of academic integration for women in engineering schools, as well as planning for the university-work transition, a period often marked by doubts and anxieties with repercussions for occupational insertion, income generation, and identification with the profession. en
dc.format.extent 249 p.| il., gráfs., tabs.
dc.language.iso por
dc.subject.classification Psicologia
dc.subject.classification Carreira profissional
dc.subject.classification Identidade profissional
dc.subject.classification Relações de gênero
dc.subject.classification Engenharia
dc.subject.classification Mulheres na engenharia
dc.title Elas nas engenharias: construção da carreira e identidade profissional de mulheres estudantes da UFSC
dc.type Dissertação (Mestrado)


Files in this item

Files Size Format View
PPSI0936-D.pdf 8.734Mb PDF View/Open

This item appears in the following Collection(s)

Show simple item record

Search DSpace


Browse

My Account

Statistics

Compartilhar