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No trabalho discutimos a inserção da Revista Sul, periódico modernista
florianopolitano (1948-1947), na intelectualidade nacional, pela chave de tensão entre
centro e periferia. Neste sentido, mais do que uma sociologia dos intelectuais, tomamos
Sul como objeto material, fazendo uma sociologia dos objetos simbólicos. No primeiro
capítulo, é discutida a aproximação ao Rio de Janeiro, especialmente em relação a dois
intelectuais consolidados, Marques Rebelo e Jorge Lacerda, assim como uma
comparação com a congênere Revista Branca. No processo, percebemos que Sul cria
estratégias de legitimação que não passam pela duplicação do critério estilístico do
centro, o que aponta para uma legitimação pelo contato epistolar com outras cidades
periféricas do Brasil, análise do segundo, terceiro e quarto capítulos. Neles, discutimos
o que chamamos de geração dos novos, uma articulação intelectual entre periferias,
marcado pela consolidação de impressos próprios, mas também pela circulação destes
novos impressos entre cidades periféricas que encontravam a modernização em ritmo
crescente. No último capítulo, discutimos a autoria periférica de Sul por meio dos livros
publicados pelo periódico, finalizando a discussão com uma análise do roteiro do filme
O Preço da Ilusão, peça coletiva composta por Sul. Ali, observamos uma dialética entre
o regionalismo de 1930 e a literatura urbana de Marques Rebelo que se sintetiza em
uma alegoria da história da literatura brasileira, chegando por meio de opções
periféricas a um universal semelhante ao do modernismo de 1945, mas por caminho
diverso. Na conclusão do trabalho, refletimos sobre como a experiência modernista de
Sul condiciona a narrativa posterior de Salim Miguel. |
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