Delimitando espécies em algas calcárias: um caso de estudo no único atol do Atlântico Sul

Abstract

As algas calcárias fazem parte do Filo das Rhodophyta e possuem cerca de 6 mil espécies distribuídas pelo mundo tudo. Estes organismos são capazes de impregnar carbonato de cálcio em suas paredes celulares, o que confere rigidez aos seus talos. Essa rigidez permite que estas algas sejam resistentes a ação das ondas e que participem como construtoras primárias do único atol do Atlântico Sul, o Atol das Rocas. A taxonomia deste grupo é bastante desafiadora o que prejudica seu estudo e classificação. A biologia molecular é uma ferramenta de grande importância, pois com seus marcadores moleculares já é possível resolver muitos impasses filogenéticos com técnicas como o DNA Barcoding para o delineamento de espécies. O conceito de espécies é algo discutido desde o princípio do pensamento científico, até hoje levanta inúmeras discussões e neste trabalho tentou-se discutir a delimitação de espécies a partir de três modelos com amostras amplificadas de três marcadores moleculares. Estas amostras vieram do recife biogênico que compõe o Atol das Rocas, área que teve sua flora marinha desconhecida até meados dos anos 70 e possui status de Reserva Biológica Marinha Brasileira. Dentro das 5 sequências geradas para este trabalho, todas apresentaram relação com exemplares de gêneros característicos de regiões de alto hidrodinamismo e já descritos para Rocas como Porolithon, Hydrolithon e Sporolithon. Porém, como a biologia molecular é apenas uma abordagem técnica para identificação de organismos, se faz necessário um estudo multidisciplinar que envolva aspectos morfológicos, ecológicos e fisiológicos.