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Esta tese tem como objeto aprofundar o entendimento da interação entre
recursos hídricos e uso da terra na Bacia do Rio do Peixe (BRP), Santa
Catarina. Esta bacia compreende 27 municípios e foi selecionada por
apresentar complexo e significativo desenvolvimento econômico com
base na agricultura, pecuária e indústria e por registrar ao longo das
últimas décadas um aumento do uso das águas do Sistema Aquífero
Integrado Guarani/Serra Geral (SAIG/SG). A escolha visa subsidiar o
projeto Rede Guarani/Serra Geral (M1C1) quanto ao mapeamento das
áreas de vulnerabilidade e risco de contaminação das águas do Sistema
Aquífero Serra Geral (SASG). A metodologia incluiu o resgate de dados
primários e secundários junto ao IBGE, SIAGAS/CPRM,
EPAGRI/CIRAM, EMBRAPA, INPE, trabalhos de campo e a utilização
de produtos e técnicas de geoprocessamento. As bases cartográficas
foram trabalhadas na escala de 1:250.000. O método de avaliação da
vulnerabilidade adotado refere-se ao GOD – que pondera: Grau de
confinamento da água subterrânea; Ocorrência de estratos de cobertura e
Distância até o lençol freático, com modificações. A análise dos
aspectos físicos revelou significativo número de feições estruturais, cujo
adensamento pode implicar em áreas de maior vulnerabilidade e
consequente risco de contaminação, devido aos usos da terra e ao
expressivo número de granjas de suínos e aviários existentes na região.
Os resultados mostram que a qualidade dos recursos hídricos
superficiais encontra-se comprometida em decorrência dos tipos de uso
da terra e da ausência de tratamento de efluentes. No entanto, a
qualidade dos recursos hídricos subterrâneos está dentro dos padrões
legais. Um fator regional de complicação para a exploração das águas
subterrâneas é a presença natural, em fraturas do SASG, de óleo
residual. Em relação aos principais tipos de uso da terra, os dados das
imagens de satélite para o ano de 2008 revelaram para a BRP 39,3% de
áreas ocupadas por florestas; 30,5% de áreas de solo exposto associado
a atividades agrícolas, 10,7% de cultivos diversos; 9,2% de pastagens;
8,5% de reflorestamento; 0,9% de áreas urbanas e 0,3% de corpos
d’água superficiais. No mapeamento da vulnerabilidade intrínseca, as
áreas de alta vulnerabilidade são aquelas mais densamente fraturadas,
com solos de profundidade inferior a 60 cm e teor de argila menor que
35%. Já as áreas de vulnerabilidade moderada/moderada alta são as
áreas com densidade de lineamentos moderada, com profundidade de
solo variando de 60 cm a 150 cm e teor de argila de 35% a 60%. Áreas
classificadas como de vulnerabilidade baixa a muito baixa apresentam
densidade de lineamentos de moderada a moderada baixa, solos de
profundidade superior a 150 cm e teor de argila maior que 60%. O mapa
de Potencial de Risco considerou os principais tipos de uso da terra,
classificando-os como de grau baixo, moderado ou alto. Finalmente, o
Mapa de Risco de Contaminação é produto do cruzamento do mapa de
Vulnerabilidade Intrínseca com o mapa de Potencial de Risco. As áreas
de risco moderado alto, alto e muito alto deverão merecer atenção
especial para proteção dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos
da BRP. |
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