Leishmaniose visceral canina no município de Florianópolis: distribuição temporal e espacial

Abstract

A leishmaniose visceral é uma zoonose causada por um protozoário flagelado do gênero Leishmania, que afeta principalmente os cães, sendo estes considerados seus principais reservatórios. A espécie L. infantum é tipicamente transmitida por um grupo específico de vetores (flebótomos) conhecidos popularmente como mosquitos-palha. Os principais sintomas em humanos são a febre por mais de sete dias, falta de apetite, emagrecimento, fraqueza, aumento abdominal, anemia e sangramentos. Os sinais clínicos em cães incluem onicogrifose, emagrecimento, perda de massa muscular, falta de apetite, feridas ao redor dos olhos, pontas das orelhas e no focinho, conjuntivite, descamação e alopecia. O objetivo desse trabalho foi relatar os casos de LVC diagnosticados em cães no município de Florianópolis entre 2010 e 2018 relacionando a positividade de forma temporal e espacial. O CCZ avaliou 15097 e diagnosticou 488 casos positivos para LVC, sendo que, ao longo do período avaliado, observou-se tendência do crescimento do número absoluto de casos positivos, da incidência e do número de localidades com animais positivos. A prevalência no período estudado foi de 3,23%, representando considerável impacto do ponto de vista de saúde pública, haja visto que em 2017 foram notificados os primeiros três casos de LVC em humanos autóctones em Florianópolis. Conclui-se que as confirmações de casos de LVC em Florianópolis vêm aumentando ao longo dos últimos anos, bem como abrangência geográfica da doença, podendo se considerar todas as localidades desse município como áreas suspeitas ou de risco.