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É notável a frequência de desastres naturais que ocorrem no Brasil, sendo os movimentos de massa um dos mais recorrentes. A região Sul do Brasil, em especial, devido às condições climáticas atuantes aliadas à geomorfologia da região, torna-se muito vulnerável aos deslizamentos. A ocupação de locais seguros em encostas é essencial para a segurança civil no processo de urbanização das cidades. Esta pesquisa se propôs a elaborar um mapa de suscetibilidade a deslizamentos da bacia do rio Forquilhas, localizada no município de São José/SC, a partir da união de mapas de suscetibilidade obtidos do modelo SHALSTAB e do método de Bishop. O mapa geotécnico pré-existente do município de São José utilizado nesta pesquisa foi elaborado por Laboratório de Mapeamento Geotécnico da Universidade Federal de Santa Catarina, na escala 1:10.000, utilizando a metodologia proposta por Regina Davison Dias. Este mapa geotécnico mostra um total de 12 unidades geotécnicas na bacia do rio Forquilhas, além de apresentar áreas com intervenções antrópicas, como aterros e áreas urbanizadas. A pesquisa elaborada por este Laboratório compreendeu, além do mapa geotécnico, a caracterização geomecânica dos solos que compõem o município de São José. O mapa das bacias hidrográficas do estado de Santa Catarina utilizado foi disponibilizado pela Epagri. O Modelo Digital do Terreno (MDT) do município de estudo foi cedido pelo Departamento de Geociências da UFSC, na escala 1:10.000, em consonância com o levantamento elaborado pela Secretaria do Desenvolvimento Sustentável. Através deste MDT foi possível gerar os mapas de curva de nível, declividades, direção de fluxo de chuvas e outros. Imagens de satélite provenientes dos softwares Google Earth e ArcGIS também foram utilizadas na pesquisa. Os dados e mapas foram editados com auxílio de software de sistema de informações geográficas, no caso ArcGIS. Gerou-se o mapa de suscetibilidade a deslizamentos translacionais rasos pelo modelo SHALSTAB – obtendo-se 89,11% da área da bacia com baixa suscetibilidade, 6,66% de área com média suscetibilidade e 4,24% de área da bacia com alta suscetibilidade – e o mapa de suscetibilidade a deslizamentos rotacionais pelo método de Bishop – obtendo-se 69,90% da área da bacia com baixa suscetibilidade, 7,74% de área com média suscetibilidade e 22,36% de área da bacia com alta suscetibilidade. A partir da sobreposição dos mapas de suscetibilidade gerados, foi obtido o mapa de suscetibilidade a deslizamentos da bacia do rio Forquilhas. A sobreposição de cicatrizes de deslizamentos previamente mapeadas ao mapa resultante mostra que, cerca de 84% das cicatrizes encontram-se em áreas que apresentam predisposição a deslizamentos, percentual bastante significativo e que demonstra que os mapas gerados nesta pesquisa se aproximam da realidade que ocorre na bacia do rio Forquilhas. |
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