Abstract:
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Os idosos representam a população mais afetada por doenças crônicas, sendo as mais comuns as do aparelho locomotor, as metabólicas e as do sistema cardiovascular. Soma-se ainda alterações na cavidade bucal e aumento da carga de doenças orais decorrentes do envelhecimento. Com isso objetivou-se identificar as condições de saúde bucal de pessoas adultas e idosas hospitalizadas em uma Unidade de Cardiologia. Trata-se de estudo transversal, de abordagem quantitativa, desenvolvido no Instituto de Cardiologia de Santa Catarina, em São José (Santa Catarina), referência estadual em cardiologia, com atendimento exclusivo via Sistema Único de Saúde (SUS). Foram incluídos adultos e idosos que se encontraram hospitalizados durante o período da coleta de dados, fevereiro de 2017. Foi aplicado questionário de caracterização sociodemográfica, de saúde e avaliação do grau de dependência (índice de Katz), respondido pelo participante ou seu responsável. Também foi realizado exame bucal no próprio leito, feito por estudante de odontologia e preenchido Instrumento de Avaliação da Saúde Bucal para a Triagem Odontológica (ASBTO). Participaram 71 pessoas, sendo 47 do sexo masculino (66%). A idade dos participantes variou de 18 a 92 anos, com média de 61 anos. Estes foram divididos em adultos e idosos (>=60 anos). Os idosos apresentaram um maior grau de dependência funcional ao serem comparados aos adultos. Quando avaliada a necessidade de atendimento pelo dentista, segundo o ASBTO, somente 2 (2,81%) dos participantes receberam score 0 em todos itens avaliados, sendo considerados saudáveis, e não necessitavam de encaminhamento. Entre adultos, as categorias Higiene bucal e Dentes naturais foram aquelas em que houve maior número de indivíduos pontuando escore 2 (não saudável), 5 (55,55%) e 6 (35,29%) respectivamente. Entre idosos, essa situação ocorreu nas categorias Dentes naturais e Dentaduras, respectivamente 11 (64,70%) e 10 (83,33%). Constatou-se que a maioria dos pacientes internados em unidade de cardiologia necessita de assistência odontológica, já que estes geralmente apresentam, além da idade mais avançada, maior número de patologias e certo grau de dependência. O estudo reforça a necessidade da integração do profissional de odontologia com as unidades de internação hospitalares, principalmente cardíacas, já que estes pacientes necessitam da avaliação do dentista e de sua atuação, quando alterações da saúde bucal estão presentes, evitando possíveis complicações cardiovasculares. |