Uma avaliação da agenda de reindustrialização novo- desenvolvimentista à luz das abordagens estruturalista/neoschumpeteriana

Abstract

O presente trabalho tem por objetivo fazer uma discussão teórica sobre o Novo-Desenvolvimentismo e a sua agenda de políticas de promoção do desenvolvimento econômico a partir da perspectiva estruturalista – representada pelas contribuições teóricas de Fernando Fajnzylber – e da perspectiva neoschumpeteriana – mais especificamente na forma do conceito de Sistema Nacional de Inovação. O desenvolvimento tecnológico é um tema que permeia o desenvolvimento da humanidade e que é presente na ciência econômica suas diversas correntes de pensamento. Tal tema possui uma centralidade ímpar no que diz respeito à discussão de políticas de promoção do desenvolvimento econômico, centralidade essa que está presente na discussão de estratégias de desenvolvimento para a América Latina e, mais especificamente, para o Brasil, o que é manifesto nos diversos planos de desenvolvimento econômico postos em prática ao longo de sua história. O Novo-Desenvolvimentismo surge como uma abordagem alternativa que retoma na contemporaneidade a discussão sobre políticas de promoção do desenvolvimento econômico, passadas as crises do “velho desenvolvimentismo” na década de 1980 e a incapacidade da agenda neoliberal em promover o crescimento e o desenvolvimento econômico na década de 1990, e assim, discute-se de que forma tal abordagem trata a questão do desenvolvimento tecnológico a partir das perspectivas anteriormente citadas. Para isso, o trabalho apresenta as perspectivas de Fernando Fajnzylber e neoschumpeteriana, tanto em termos analíticos como normativos, mostrando que ambas possuem similaridades em ambos os aspectos e, a partir disso, apresenta-se o Novo-Desenvolvimentismo – suas origens, seus fundamentos analíticos e sua agenda de políticas de promoção do desenvolvimento econômico. A avaliação feita sobre o Novo-Desenvolvimentismo a partir das perspectivas estruturalista e neoschumpeteriana permite chegar-se à conclusão de que, dentro da agenda novo-desenvolvimentista, as politicas de promoção do desenvolvimento tecnológico são subsidiárias, possuindo um papel secundário para a promoção do desenvolvimento econômico.