Abstract:
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O câncer é uma doença maligna com caráter altamente agressivo, caracterizada pela divisão desordenada de células anormais. Por consequência, pacientes em tratamento podem ter prejuízos à sua capacidade funcional e nível de atividade física. O presente estudo objetivou analisar a associação entre qualidade de vida e indicadores de atividade física e capacidade funcional em pacientes onco-hematológicos do Hospital Universitário de Florianópolis. Para isso, realizou-se uma pesquisa transversal com adultos e idosos que possuíam diagnósticos de leucemia, linfoma ou mieloma múltiplo, submetidos a tratamento oncológico (n=52). A coleta de dados ocorreu em outubro de 2016, a partir de entrevista. Os instrumentos utilizados foram o European Organization for Research and Treatment of Cancer Quality of Life Questionnaire, versão 3.0 (2008), o Índice de Katz (1963) e a escala de Lawton e Brody (1969). Variáveis sociodemográficas e indicadores de atividade física no lazer também foram investigados. A estatística descritiva do estudo incluiu frequências absoluta e relativa (%), média e desvio padrão. Na estatística inferencial, realizou-se o teste t de student e as correlações de Pearson e Spearman. A maioria dos entrevistados eram do sexo feminino (55,8%) e a média de idade foi de 53,6 ± 17,8. O principal diagnóstico relatado foi o linfoma (42,3%) e a terapia mais realizada foi a quimioterapia endovenosa (55,8%). Um total de 88,5% dos pacientes relataram ter cuidador, sendo predominantemente o(a) companheiro(a) (38,5%). O escore de qualidade de vida foi de 60,58 ± 2,78 e, dentre as escalas funcionais, o pior resultado foi o desempenho de papel (46,79 ± 5,39), seguida da função emocional (52,24 ± 3,93). Dentre os sintomas, os piores resultados foram para a fadiga, insônia e constipação, respectivamente. Observou-se correlação negativa moderada entre o desempenho de papel e a fadiga (r=-0,60), assim como entre a função social e a presença de dificuldades financeiras (r=-0,45). Não se constatou associação significativa da qualidade de vida com indicadores de atividade física e capacidade funcional. Apesar de ser uma doença que acarreta em diversos prejuízos para a saúde, a qualidade de vida dos pacientes avaliados mostrou-se satisfatória e não associada à atividade física e à capacidade funcional na amostra investigada. |