Abstract:
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Os insetos são os animais com maior riqueza de espécies no mundo. Eles interagem com os humanos de diferentes maneiras, trazendo vantagens ou desvantagens. Uma das vantagens é o seu uso em investigações criminais, com foco na estimativa do intervalo pós-morte (IPM). Em Santa Catarina, não há estudos publicados sobre os dípteros necrófagos que ocorrem em manguezais. O estudo foi realizado em duas áreas no Parque do Manguezal do Itacorubi, em Florianópolis, com o objetivo de realizar um levantamento de dípteros de importância forense nesse ecossistema e relacionar a abundância dos insetos necrófagos com a sazonalidade e influência de fatores abióticos. As coletas foram realizadas mensalmente em períodos de quatro dias, iniciando-se em maio de 2014 e terminando em abril de 2015. Para as coletas foram utilizadas 10 armadilhas aéreas com fígado de frango como isca, sendo cinco em cada área do manguezal. Durante o estudo, foram coletados 8.202 dípteros, compreendidos em 13 famílias: Drosophilidae, Phoridae, Calliphoridae, Sarcophagidae, Ulidiidae, Fanniidae, Piophilidae, Sphaeroceridae, Sepsidae, Muscidae, Micropezidae, Empididae e Sciomyzidae. As famílias Drosophilidae, Phoridae, Calliphoridae, Sarcophagidae, Muscidae, Fanniidae, Ulidiidae e Micropezidae foram classificadas como preferentes no manguezal. Foi observada uma maior abundância de Drosophilidae e Phoridae. O outono foi a estação do ano com maior número de dípteros coletados, seguido de inverno, primavera e verão. Calliphoridae, Muscidae e Sarcophagidae foram identificadas até o nível de espécie por serem as principais famílias de importância forense, com Chrysomya megacephala a espécie mais abundante no manguezal. As espécies de Calliphoridae foram mais abundantes no verão, as de Muscidae, no outono e Sarcophagidae na estação de outono e verão. A influência dos fatores abióticos na abundância das moscas não foi observada. |