O workshop sobre agrotóxicos pretende iniciar a discussão sobre a problemática dos agrotóxicos e seus impactos sobre a saúde – nas exposições agudas e crônicas. De acordo com o uso, os agrotóxicos são classificados em inseticidas, herbicidas, fungicidas, moluscicidas, cupinicidas, algicidas e outros. Os EUA e o Brasil são os maiores consumidores de agrotóxicos do mundo e de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) são relatados cerca de três milhões de intoxicações por agrotóxicos anualmente, resultando em 220.000 óbitos. Além disso, a OMS estima que para cada caso notificado de intoxicação por agrotóxicos, existam 50 outros não notificados. No Brasil, poucos têm a prática clínica na área da toxicologia ocupacional. Essa prática tem que ser construída e os profissionais precisam ser formados, capacitados tecnicamente para o desafio da avaliação da exposição crônica às substâncias químicas. É nessa construção que a atenção primária pode ajudar muito. O olhar atento para o ambiente e os processos produtivos em determinado território, para as condições de vida e trabalho em uma dada comunidade, é estratégico para a avaliação da situação de saúde dos usuários da rede de serviços do SUS. As intoxicações precisam ser consideradas no processo saúde doença.
