Abstract:
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Objetivo: Analisar os dados do SB Brasil 2003 e 2010 relativos ao Uso e Necessidade de Prótese do município de Florianópolis e do Brasil. Métodos: Estudo transversal descritivo com análise dos bancos de dados secundários e dos relatórios dos Levantamentos Epidemiológicos em Saúde Bucal - SB Brasil 2003 e 2010. Foram analisados os dados do Uso e Necessidade de Prótese em todas as faixas etárias investigadas nos levantamentos nacionais (adolescentes, adultos e idosos). Também foram consultadas as bases de dados do DATASUS – Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (CNES – Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, SAI – Sistema de Informação Ambulatorial). Resultados e discussão: Em Florianópolis, a faixa etária dos 15 aos 19 anos apresentou um percentual de não necessidade de qualquer prótese de 95%. Os 5% que necessitavam eram de prótese parcial em um dos maxilares (3,7%) e em dois maxilares (1,2%). Nos adultos (35-44 anos), 76,1% não usam prótese superior e 93,3% não usam no arco inferior, e 46,5% não usam qualquer tipo de prótese. Já entre os 65 aos 74 anos, 80,8% utilizam algum tipo de prótese superior e 58,2% utilizam próteses inferiores, sendo estes valores mais altos do que de outras regiões do Brasil, indicando maior acesso a esse tipo de tratamento. No Brasil, o uso de próteses por adolescentes aumentou no período investigado, em adultos diminuiu cerca de 30% tanto para o arco superior como para o inferior, com variações entre as regiões, e nos idosos houve aumento da utilização, mas em proporções menores. Houve redução na necessidade de próteses nos dois arcos para a faixa etária dos adolescentes, nos adultos aumentou a necessidade de próteses na arcada superior e reduziu na arcada inferior. Nos idosos foi constatado um aumento na necessidade de prótese nos dois arcos. Quanto à necessidade de prótese percebida pelos entrevistados, em comparação com a necessidade de prótese normativa (índice epidemiológico), observou-se que do número total de pessoas que necessitavam de prótese de acordo com o índice (n = 10.412), 56,6% achavam que precisavam e 43,4% achavam que não precisavam. Na situação inversa, do total de pessoas que não necessitavam de prótese de acordo com o índice (n=7044), 93,9% concordavam que não precisavam, enquanto apenas 6,1% achavam que precisavam. Conclusões: Mesmo com o cenário nacional de ampliação da atenção secundária a partir de incentivos financeiros aos municípios para implantação dos Centros de Especialidades Odontológicas e Laboratórios Regionais de Prótese Dentária, o déficit histórico na oferta de tratamento reabilitador ainda se reflete nos índices de uso e necessidade de prótese, com desigualdades regionais marcantes. |