Abstract:
|
Essa pesquisa tem por objetivo estudar a formação técnica em agroecologia de nível médio, realizada pela Escola 25 de Maio, situada no Município de Fraiburgo, no estado de Santa Catarina, em vista de identificar articulações e desarticulações entre a formação teórica e prática, e, dessa forma, contribuir para o avanço da qualificação dos profissionais/militantes. O referencial teórico que embasa a pesquisa é o materialismo histórico dialético. Nessa perspectiva, procuramos analisar a educação/formação humana no processo histórico do desenvolvimento da sociedade humana. Buscamos compreender a relação teoria e prática na educação a partir do trabalho. Como procedimentos metodológicos utilizamos: entrevistas semiestruturadas, a observação, a leitura e análise bibliográfica. A partir daí, procuramos compreender como aparece a relação teoria e prática no curso analisado Partimos do pressuposto de que o ser humano se forma no e pelo trabalho, na atividade prática-teórica, ou seja, pelas práxis enquanto atividade especificamente humana. Nesse sentido, procuramos compreender a agroecologia que se produz no trabalho agrícola, como matriz produtiva e tecnológica, que se contrapõe à matriz produtiva do agronegócio. Com isso, potencializa unir trabalho manual e trabalho intelectual que a sociedade de classe dividiu em campos opostos. A partir desse referencial trilhamos o caminho da análise dos dados, fornecidos pelos instrumentos metodológicos utilizados. Diante dos dados analisados, chegamos a algumas conclusões que nos permitem, momentaneamente, afirmar que a Escola/Curso estudada/o, por ser uma escola vinculada ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), tem possibilidades de avançar na formação técnico-política dos educandos, no sentido da omnilateralidade. Porém, essa Escola/Curso apresenta limites que precisam ser superados para atingir o objetivo pela qual ela foi construída. Os limites encontrados têm a ver com questões relacionadas à formação político-pedagógica dos professores, no que se refere à compreensão do trabalho como princípio educativo; a necessidade da contratação de professores qualificados da área técnica, que possam dedicar-se exclusivamente a essa Escola/Curso e a não compreensão, na sua totalidade, da auto-organização dos estudantes, as aulas noturnas da área técnica entre outros. |