O conhecimento local sobre mudanças nos estoques pesqueiros nos limites da APA da Baleia Franca, no litoral sul de Santa Catarina.

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Title: O conhecimento local sobre mudanças nos estoques pesqueiros nos limites da APA da Baleia Franca, no litoral sul de Santa Catarina.
Author: Gomes, Gabriela de Oliveira
Abstract: A pesca é caracterizada como uma das atividades econômicas mais antigas do mundo e, no Brasil, já era praticada pelos índios antes do período colonial. Atualmente, a pesca artesanal consiste em um importante elemento da cultura brasileira. Os pescadores artesanais são definidos como aqueles que utilizam embarcações pequenas e aparelhagem com pouca autonomia, explorando ambientes ecológicos próximos à zona costeira. Nos últimos anos, no estado de Santa Catarina, houve queda na produção pesqueira artesanal, assim como um aumento de capturas na pesca industrial, concomitante à sobrexploração de alguns estoques importantes. Sabendo-se que os pescadores artesanais possuem um vasto conhecimento tradicional acerca da utilização dos recursos naturais, principalmente o recurso pesqueiro, e que a etnoecologia é uma das abordagens científicas que pode analisar e sistematizar esses conhecimentos, possibilitando assim a incorporação de critérios de manejo locais no território marinho, este trabalho teve como objetivo analisar os conhecimentos e a percepção dos pescadores artesanais em relação à conservação dos recursos pesqueiros, além de caracterizar a pesca artesanal dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca. Foram coletados dados em quatro áreas da APA: 1) Palhoça, 2) Garopaba e Imbituba, 3) Laguna e 4) Rincão, devido às posições geográficas e relação de proximidade com a sede da APA. Foram realizadas, em cada área, 30 entrevistas semi-estruturadas com pescadores artesanais (n=120), amostrados por meio do método “bola-de-neve”, cujo critério de inclusão foi terem mais de 20 anos de pesca, além de observações diretas e coletas dos peixes mais citados. Os dados foram analisados de forma quali-quantitativa. Do total de entrevistados, 95,0% são homens, com média de idade de 54,2 anos. A média de tempo de residência foi de 46,7 anos, sendo que a área 4 apresentou média significativamente menor que as demais. Menos da metade (43,2%) dos pescadores tem filho na pesca e cerca de 55,0% possui outra renda, sendo que na área 4, 40,0% é aposentado, e na área 1, 61,1% desenvolvem atividades ligadas ao turismo. A embarcação e o apetrecho mais utilizados nas comunidades são o bote (27,5%) e o caceio (47,5%), respectivamente. Os peixes mais pescados segundo os entrevistados são: anchova (Pomatomus saltatrix), tainha (Mugil liza) e corvina (Micropogonias furnieri), as mesmas espécies citadas como os peixes que mais diminuíram em quantidade. Cação-anjo (Squatina argentina), viola (Rhinobatos horkelli) e garoupa (Epinephelus sp.) estão entre os peixes que, segundo os pescadores, desapareceram da região. Entre todos os entrevistados, 36,0% já enfrentaram problemas na pesca relacionados à presença da baleia franca austral (Eubalaena australis), 61,0% já ouviu falar da APA e 55,0% acha que a criação da mesma não alterou sua rotina de trabalho. Espera-se que este estudo contribua com a gestão da pesca artesanal e da APA da Baleia Franca, principalmente em relação ao manejo participativo dessa UC, aprimorando seu trabalho e atuação.
Description: TCC(graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Ciências Biológicas. Biologia.
URI: https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/132678
Date: 2012


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