Abstract:
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Este trabalho visa entender qual a vinculação de sentidos existente entre o desenvolvimento do capitalismo e o significado da ética protestante. Esta ética, baseada no trabalho, associa trabalhadores e empresários com certas características morais à gênese do capitalismo, via ascetismo intramundano e racionalização econômica. Nos países analisados por Weber, os empresários e os trabalhadores mais qualificados eram de confissão protestante. Tendo em vista a considerável expansão dos protestantes no Brasil, teria validade, para Santa Catarina, a tese da relação entre a ética protestante e o desenvolvimento do capitalismo? Diante dessa interrogante, este trabalho primeiramente caracteriza o perfil dos protestantes em Santa Catarina para depois explorar a possível relação entre desenvolvimento econômico e religião. No Brasil e no estado, o protestantismo tem sido a escolha feita por grande parte de pessoas com baixo grau de instrução e, conseqüentemente, de baixa renda. O trabalho conclui que isso acontece, em parte, pelo papel social que a Igreja Protestante tem assumido frente à ausência do Estado. Ou seja, a Igreja tem sido a voz dos sem voz. Em Santa Catarina, assim como no país, observa-se essa tendência. A religião protestante tem se inserido na sociedade como uma rede de proteção social dos silenciados. Estes podem ser mulheres, negros, índios, deficientes, imigrantes, moradores de favelas e pessoas em geral com pouco estudo e rendas inferiores. Conclui também, que se bem os dados mostram, a impossibilidade de associar, em Santa Catarina, a religião protestante às camadas mais bem sucedidas da população, isso não exclui a possibilidade de que o ingresso nessa religião traga desenvolvimento econômico futuro pela adoção de um estilo de vida mais regrado. |