Abstract:
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Desenvolvimento é um tema que vem sendo bastante discutido entre a sociedade e o governo, seu conceito passou a ter um sentido mais amplo após abrir um leque às questões sociais. Antes da década de 1980, desenvolvimento estava restrito apenas a idéia de crescimento econômico.A partir de 1990, desenvolvimento passou a relacionar-se com a qualidade do crescimento, que envolve uma educação mais eqüitativa,maior oportunidade de emprego, maior igualdade de gênero, melhor saúde, sustentabilidade do meio ambiente, etc.Uma educação melhor e mais eqüitativa, maior acesso a saúde, reduzem a pobreza, e por sua vez, a queda da concentração da renda, ampliando o bem-estar da população. A sustentabilidade sugere entre outras variáveis, a integração entre a conservação da natureza com o desenvolvimento; a perseguição de uma eqüidade e justiça social; manutenção da integridade ecológica. O desenvolvimento também envolve mudança estrutural. Ao aumentar a produtividade através do avanço tecnológico e fortalecer a economia, a região é capaz de se desenvolver mais e, por conseguinte, pode gerar uma estabilidade em sua economia. É necessário que o crescimento econômico cresça acima do aumento da população, para que se possa expandir o nível de emprego e a arrecadação pública, a fim de permitir ao governo realizar gastos sociais e atender prioritariamente as pessoas mais carentes. Esse estudo foi realizado sob a ótica das teorias da Qualidade do Crescimento e do Desenvolvimento Endógeno e a partir de indicadores econômicos e sociais do processo de desenvolvimento retirados principalmente de fontes como a SPG (Secretaria de Estado do Planejamento), IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), e o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Tais dados permitiram analisar a evolução do desenvolvimento das microrregiões de Campos de Lages, de Joinville e de Tubarão, bem como o comportamento do crescimento populacional, PEA (População Economicamente Ativa), do PIB per capita, a situação do desemprego, o papel de cada setor econômico na microrregião, a concentração de renda medida pelo índice de Gini, e os indicadores do desenvolvimento: educação, saúde, condições de moradia, pobreza, e por conseqüência, o resultado do Desenvolvimento humano medido pelo IDH. A população em todas as microrregiões cresceu para os anos analisados, especialmente na área urbana indicando uma possível migração da população da área rural para a área urbana, porém, esse aumento foi desacelerando nos últimos períodos. A PEA das microrregiões apresentou um comportamento semelhante ao da população total, concentrando-se na área urbana, onde a taxa de desemprego também foi a mais elevada. As maiores taxas de desemprego foram verificadas no ano de 2000, sendo que, neste ano, a microrregião com maior taxa de desemprego geral foi a de Joinville, seguida pela de Campos de Lages e pela de Tubarão. Através do PIB per capita, pôde-se verificar que estas microrregiões estão crescendo economicamente, apesar de terem apresentado alguns períodos de quedas, pois essas foram efeitos da nova reforma da taxa de inflação a partir de 1999. O setor mais representativo é a indústria para todas as microrregiões. Através da queda da desigualdade da renda, medida pelo índice de Gini e; por conseqüência, da pobreza, entre os anos de 1991 e 2000, foi possível notar que todas as microrregiões obtiveram uma melhora da saúde e da educação, refletida também pelo IDH. Porém, percebe-se ainda uma deficiência de tecnologia nas estruturas produtivas dessas microrregiões, o que está ocasionando um avanço do número de pessoas trabalhando no setor de serviços e comércio, característica do subemprego, o que impossibilita uma maior melhoria da qualidade de vida da população. |