Doenças: construção e realidade na formção dos médicos. Objeto Fronteira como instrumento de interação entre diferentes estilos de pensamento

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Doenças: construção e realidade na formção dos médicos. Objeto Fronteira como instrumento de interação entre diferentes estilos de pensamento

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Título: Doenças: construção e realidade na formção dos médicos. Objeto Fronteira como instrumento de interação entre diferentes estilos de pensamento
Autor: Araújo, Rejane Leal Conceição da Costa
Resumo: proposta de análise da relação entre a formação do conhecimento médico especializado e sua aplicação na construção das doenças foi mais além, estendendo-se à pesquisa de um instrumento que pudesse proporcionar a interação conjunta dos diferentes especialistas. Pesquisou-se a categoria Objeto Fronteira, descrita por Star (1989), como instrumento para traduzir e articular a linguagem de comunicação entre diferentes coletivos. Para realizar esse estudo, foi escolhida a tríade dos sintomas composta por depressão, insônia e dor crônica que acomete um grande número de pacientes estressados que procuram os consultórios médicos. A pesquisa documental tem mostrado que, para esses três sintomas, os pacientes podem receber diferentes diagnósticos (síndromes), que têm alta prevalência no sexo feminino, se superpõem e são questionados quanto a serem doenças psicossomáticas. Observa-se que os critérios diagnósticos costumam ser, em geral, restritos a um sintoma de destaque na área de estudo do especialista requisitado. Foram selecionadas para estudo: a síndrome de fibromialgia, que se manifesta por dores crônicas e que é descrita pelos reumatologistas; a síndrome da fadiga crônica, por fadiga pós-infecções, pelos infectologistas; a síndrome da dor miofascial regional, por dores localizadas, pelos ortopedistas; a síndrome do esforço repetitivo, por sintomas relacionados às ocupações, pelos médicos do trabalho; as síndromes depressivas, por depressão, pelos psiquiatras. Esta forma de construção de doenças, tipo fragmentada, compartimentada em especialidades e assuntos biomédicos, pôde ser considerada fruto do modelo de educação e pós-graduação médicas do século XX. Tal prática pode ter dificultado a formação dos especialistas, para desenvolver capacidades, de articular, simultaneamente, elementos biomédicos (físicos) com elementos psicossociais que possam interferir na fisiologia, na expressão orgânica ou na representação das doenças. O estudo dos elementos que compõem a categoria epistemológica Estilo de Pensamento (Fleck,1935) permitiu classificar os médicos especialistas como compondo diferentes Coletivos de Pensamento. A tríade dos sintomas como depressão, insônia e dor crônica pôde ser considerada como Objeto Fronteira, pois se trata de assunto que atende a diferentes Estilos de Pensamento. Busca-se, pois, uma maior definição na linguagem de tradução e na comunicação entre os diferentes especialistas, quanto aos critérios que possam explicar em conjunto a essência e a realidade dos problemas dos pacientes. Esse trabalho sugere que a dificuldade em se explicar a fisiopatologia das doenças psicossomáticas pode estar relacionada a uma prática de consultas compartimentadas em assuntos especializados, com hegemonia dos assuntos biomédicos, dissociados das histórias de vida dos pacientes. Entende que a prática atual não contempla o modelo contemporâneo que propõe a avaliação biopsicossocial do paciente.
Descrição: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação. Programa de Pós-Graduação em Educação.
URI: http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/82327
Data: 2002


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