As atividades foram realizadas a partir da obra de Jacquelline Broad e Karen Green: “A History of Women’s Political Thought in Europe, 1400-1700”, e consistiram na leitura e na tradução, assim como num resumo geral apontando as verossimilhanças com noções feministas contemporâneos e conterrâneas, assim como as confluências com modos de vida não-colonialistas, visando uma reinterpretação do conceito de política não só pela leitura das autoras em questão, mas do sujeito producente, ou seja, o próprio pesquisador e sua forma de enredar-se e produzir seu próprio valor enquanto valora a pesquisa através do trabalho.
À primeira vista, destaca-se a origem social das autoras, trazendo uma leitura marxista de classe para que se evite equívocos e inadequações em questões de raça, cor e condição social, sobressaltando a figura política da autora e seu local de fala em meio àquele tempo em que viveu. Com algumas exceções, percebe-se que uma grande parte dos nomes aqui abordados provém de altas classes europeias, e se levados os seus discursos e modos de pensar ao pé da letra, o que é bem possível fora dos âmbitos acadêmicos, teremos discursos colonialistas que acarretarão na exclusão de uma ou mais outridades.
O que ocorre então é um recorte da disputa binária entre homem e mulher, rastreada inicialmente pelas filósofas na filosofia canônica e sexista de Aristóteles, ocasionando a ruptura total dessa atmosfera psíquica hostil pela parte das mulheres com a obra “Cidade das Damas” de Christine de Pizan, a qual gerou um lastro histórico de influência e resistência dentro do próprio sistema patriarcal, que, importante ressaltar, curiosamente, não opera sem a presença de mulheres.
