Indução de defesas antioxidantes na ostra do Pacífico (Crassostrea gigas) como estratégia de proteção com foco na maricultura

Abstract

A ostra-do-Pacífico (Crassostrea gigas) é uma das espécies mais cultivadas no Brasil e desempenha papel relevante na maricultura catarinense. Por serem organismos filtradores, estão constantemente expostos a contaminantes e variações ambientais que podem gerar estresse oxidativo. A fisetina (FIS), um flavonoide com reconhecidas propriedades antioxidantes, foi investigada neste estudo quanto ao seu potencial de induzir defesas celulares em ostras adultas e sementes. Para isso, foram avaliadas as atividades das enzimas glutationa redutase (GR), glutationa S-transferase (GST), catalase (CAT) e os níveis de glutationa (GSH) em tecidos adultos, bem como a sobrevivência e o crescimento de sementes expostas a diferentes concentrações de FIS. Os resultados demonstraram que, em ostras adultas, a FIS não promoveu alterações significativas nos biomarcadores antioxidantes avaliados. Já nas sementes, a exposição resultou em maior mortalidade em doses elevadas (10 µM) e reduziu de forma significativa o crescimento da concha em todas as concentrações testadas, indicando um efeito tóxico mesmo em doses não letais. Conclui-se que, nas condições experimentais aplicadas, a FIS não atuou como indutor das defesas antioxidantes de C. gigas e apresentou impacto negativo sobre o desenvolvimento inicial da espécie.