Marcadores sociais, Sofrimento Psíquico e neoliberalismo: Perspectivas de Profissionais da Educação Básica

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Marcadores sociais, Sofrimento Psíquico e neoliberalismo: Perspectivas de Profissionais da Educação Básica

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Título: Marcadores sociais, Sofrimento Psíquico e neoliberalismo: Perspectivas de Profissionais da Educação Básica
Autor: Wolff, Maria Constância
Resumo: A crescente exposição ao fenômeno da medicalização vincula-se aos atravessamentos de marcadores sociais da diferença e expande-se cada vez mais para as classes populares, rurais e indígenas, especialmente para o público feminino. No âmbito educacional, essa lógica medicalizante surge como a única solução para o fracasso escolar, que é erroneamente atribuído a disfunções do próprio estudante. Este cenário se insere em um sistema econômico neoliberal, onde questões sociais, culturais e políticas são transformadas em problemas psíquicos individuais, muitas vezes mascarando as desigualdades estruturais influenciadas por marcadores sociais da diferença. O objetivo geral do trabalho é questionar de que modo os profissionais da educação básica percebem a influência dos marcadores sociais da diferença no sofrimento psíquico dos estudantes, no marco do neoliberalismo. Para isso, o estudo buscou: explorar como esses profissionais associam marcadores sociais e o contexto neoliberal à saúde mental dos estudantes; refletir sobre suas opiniões acerca do uso de diagnósticos e práticas de medicalização no cotidiano escolar; e analisar suas percepções a respeito dos impactos do "modo de ser e de pensar" neoliberal na saúde mental dos alunos. O estudo confirmou a hipótese central, de que, embora os profissionais da educação reconheçam o papel dos marcadores sociais no sofrimento psíquico e os determinantes sociais da saúde mental, eles tendem a reproduzir a crença de que a ampliação do sofrimento psíquico se deve a vulnerabilidades pessoais, priorizando respostas individualizadas sob a perspectiva do modelo médico dos diagnósticos e terapêuticas, em detrimento de análises e intervenções estruturais. Além disso, foi constatado um reconhecimento generalizado do aumento do sofrimento psíquico e do uso de medicamentos psiquiátricos entre os estudantes nos últimos anos. Conclui-se que há persistência da hegemonia do modelo biomédico no imaginário dos profissionais entrevistados, a internalização da ideologia neoliberal e o risco da "armadilha identitária", que reconhece identidades, mas não se traduz em crítica às práticas discriminatórias.
Descrição: TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Ciências Sociais.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/266996
Data: 2025-07-17


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